Não tencionava apresentar este tema. No fim de contas, é apenas a solução que encontrei para um problema pessoal, e não creio que seja particularmente interessante para a maioria.
Mas a baixíssima frequência de posts nos últimos tempos - possívelmente o reflexo de muitas outras e mais prioritárias preocupações - leva-me a fazer este "post" para tentar animar o fórum. E, no fim de contas, até pode ser que dê ideias a alguém que tenha o mesmo problema.
Básicamente, o meu problema principal é espaço. O meu espaço total de trabalho é de cerca de 3,5m2 - incluindo o espaço ocupado por um "armário de ferramentas pequenas / bancada de trabalhos ligeiros" e o espaço onde tenho a bancada Workmate - que é a minha bancada de trabalho habitual. Entre esta última e o tal armário/bancada tenho cerca de 1,20m onde me movimentar. Portanto, todas as soluções práticas para ganhar espaço têm interesse.
O meu (pequeno) engenho de furar estava habitualmente "arrumado" no chão. Cada vez que o queria usar tinha que o pôr em cima da Workmate (são só 17,5 kg, mas mesmo assim...). Mas - situação aborrecida - eram sempre ocasiões em que estava a usar esta bancada. Tinha primeiro que tirar tudo o que lá estivesse, para depois lá pôr o engenho em cima. E quando acabasse de o utilizar tinha que o tirar novamente para poder continuar o trabalho. Não era prático, mas fiz isso durante vários anos.
Por outro lado, utilizava a esmeriladora o menos que podia, e só mesmo quando tinha de ser - estava na prateleira de baixo de um armário, para a tirar tinha de movimentar várias coisas e, como é evidente, no fim tinha que a limpar e voltar a arrumar no armário.
Finalmente, a minha reserva de lixas era uma trapalhada indescritível - a única separação que conseguia fazer era "lixas para madeira/lixas para metal".
Resolvi fazer um suporte que me resolvesse estes três problemas e ainda me permitisse ganhar espaço e facilidade de movimentação. Condições de base - gastar o menos dinheiro possível, e utilizar ao máximo restos de materiais que já tivesse em casa. Básicamente, comprei um banco e um porta-talheres do IKEA (gasto total 29,99 + 5,99 = 35,98 euros - mais do que inicialmente queria...), algumas ripas de pinho branco, muito escolhidas, do Leroy-M, e meia dúzia de placas de contraplacado de 300x600x5 mm também do L-M (não tinha onde transportar nem como cortar uma placa inteira). O restante, incluindo o verniz, tinha em casa.
Utilizei como base para a estrutura um banco alto de madeira do IKEA, modelo Bosse. Além de poupar dinheiro - o banco completo custou menos do que pagaria só por madeira de qualidade equivalente - poupou-me trabalho e tempo.
O primeiro passo foi montá-lo sobre uma placa de MDF de 19mm (tinha um resto em casa), com rodízios loucos de 70mm (que também já tinha). Rodízios com travão do lado da frente, sem travão atrás. A placa na base, além de consolidar o conjunto, serve para arrumação da esmeriladora. De seguida, usei o porta-talheres IKEA como núcleo para fazer uma gaveta para brocas e alguns pequenos acessórios da esmeriladora. Ver fotografia 001.
Seguidamente, fiz um módulo para montar sobre o banco. Esse módulo, aparafusado ao tampo do banco, serve de base para o engenho de furar, e ainda incorpora uma plataforma retráctil para montar a esmeriladora. Para ter a certeza que esta plataforma só se abre ou fecha quando quero, o movimento é travado por um picolete que entra num de dois furos da placa (um para travar na posição fechada, outro para a travar aberta). Ver fotografia 002 - o módulo separado, depois montado no banco, e finalmente com a plataforma aberta.
A arrumação das lixas foi resolvida com um módulo de prateleiras. Este módulo é extraível, e fica montado no espaço entre as pernas do banco, por cima da travessa (ver fotografia 003).
Para evitar que as lixas fiquem sujas com aparas de madeira do engenho ou com resíduos atirados pela esmeriladora, a zona do banco onde vai este módulo é fechada e leva uma tampa amovível.
Na fotografia 004 pode ver-se o conjunto completo, arrumado no seu local habitual, com o compartimento das lixas fechado com a tampa. O que se vê em baixo, entre os rodízios da frente, não é uma gaveta - é um "pé" suplementar, para aumentar a estabilidade do banco quando a esmeriladora está montada na plataforma de trabalho (ver na fotografioa seguinte). Não é que o banco fosse inerentemente instável, mas não me sentia confortável com aquele peso todo lá em cima, e tão para a frente. Estava a pedir para me cair em cima... Os dois "pontos" brancos que se vêem à frente, aos lados da plataforma fechada da esmeriladora, são dois parafusos para fixar uma placa usada para proteger o engenho quando a esmeriladora está em uso.
Já agora, por cima e à esquerda do banco pode ver-se nesta fotografia uma pequena estante que fiz para as plainas. Provávelmente terei mais tarde que fazer uma nova que me dê para arrumar mais plainas.
Finalmente, na fotografia 005 temos a esmeriladora montada sobre a plataforma, com o "pé" suplementar aberto e a placa de protecção do engenho montada (falta nesta fotografia um tabuleiro de chapa alumínio, que estou a faze, para recolher as projecções para baixo da esmeriladora - na primeira utilização improvisei, mas preciso de alguma coisa mais a sério).
É tudo para já. Espero com este post, mesmo se pouco interessante para a maioria, espevitar um pouco a actividade. E se alguém quiser aproveitar (ou dar...) ideias para uma falta de espaço, estejam à vontade.
G.