Ora bem, a primeira vez que tentei, a sessão terminou antes de eu conseguir. Talvez seja muito comprido. Vou tentar partindo em dois. Aqui vai a primeira parte:
Aqui vai a “apresentação” que me comprometi a fazer acerca da utilização dos comparadores.
Aviso desde já que é bastante longa. Lamento, mas não consegui fazê-la mais curta. As minhas desculpas pelo espaço ocupado.
Francamente, deu um bocado mais de trabalho do que eu esperava. Passei muito tempo na net à procura de ilustrações ou links que pudessem servir para clarificar a descrição, o que poderia tornar este texto muito mais curto – mas acabei por ter de escrever o texto e desenhar os “bonecos”, porque não encontrei nada de realmente útil que agrupasse todo o processo.
Também procurei vídeos do tipo “como fazer”, mas só encontrei um decente (é o primeiro na lista de links que vai no fim). Como seria de esperar, são todos em Inglês, mas espero que pelo menos permitam ficar com algumas ideias.
No texto abordo apenas os comparadores mecânicos analógicos, que são aqueles com que estou mais familiarizado. Mas os princípios gerais são os mesmos para todos os tipos.
Espero que este texto esteja minimamente compreensível e consiga transmitir o que pretendo. Como talvez já tenham experimentado, quando uma pessoa está familiarizada com a utilização de um equipamento frequentemente tem dificuldade em descrever a forma como ele é operado – já é tudo tão automático…
Vamos a isso!
Utilização do comparador
Recomendações gerais:- O comparador tem de estar fixado firmemente e rígidamente, seja numa base magnética seja noutro suporte qualquer. Qualquer movimento ou oscilação origina erros nas leituras. Se for utilizada uma base magnética, a superfície de apoio tem de estar limpa e seca.
- A ligação do comparador à base tem de permitir que o comparador seja correctamente posicionado; mas também tem de, uma vez o comparador em posição, poder ser fixada rigidamente. Quanto mais facilmente isso for feito, maior o rigor se consegue no posicionamento (há braços articulados bastante ordinários e difíceis de ajustar)
- A haste do comparador deve ser sempre posicionada perpendicularmente à superfície que está a ser controlada. Se não for assim, introduzem-se erros nas medições, além de que se introduzem factores de atrito no deslocamento da haste dentro do canhão, que vão prejudicar a repetibilidade.
- A medição deve, sempre que possível, ser feita de cima para baixo – ou seja, com o comparador por cima da peça. Se tiver de ser feita com a haste na horizontal ou, no pior dos casos, com a ponta para cima, a mola pode não ser suficientemente forte para assegurar a repetibilidade. Nestas situações, é conveniente que a pré-carga seja mais acentuada (por exemplo, em vez de dar uma pré-carga de uma volta, dar duas ou três), e deve sempre verificar-se o funcionamento e a repetibilidade do aparelho. Em casos extremos, pode ser necessário substituir a mola de origem por outra mais forte.
Operação:Passo 1 - Colocar o comparador perto da peça a medir (fig. 001)
Nota: por ser mais simples e talvez a utilização mais comum, apresento como exemplo uma peça de revolução (no caso, cilíndrica). Mais adiante indicarei alguns “links” que conduzem a exemplos de outras aplicações.
Passo 2 - Encostar cuidadosamente o comparador à peça. (fig. 002)
Passo 3 - Fazer uma pré-compressão, deslocando o braço articulado do suporte até o ponteiro grande dar uma ou duas voltas completas (fig. 002)
Passo 4 - Fixar o braço articulado em posição
Passo 5 - Verificar a repetibilidade – puxar a haste pela parte superior e depois deixá-la encostar suavemente, várias vezes, à peça a medir (sempre no mesmo sítio); se o ponteiro principal parar sempre na mesma posição, ou no máximo com um desvio de +- ¼ de divisão da escala, a repetibilidade pode geralmente ser considerada aceitável nessa zona de medição e as medidas podem ser feitas com um razoável grau de confiança.
Passo 6 - Rodar o aro e a escala para colocar o zero; podem ser consideradas três opções:
6.a - O método geralmente preferível é mover a peça até à posição em que o deslocamento do ponteiro para a esquerda for máximo (posição “mais alta” da peça) e colocar aí o zero; a partir daí, todos os deslocamentos do ponteiro serão para a direita, no sentido normal de leitura da escala, e torna-se fácil ler os desvios (fig. 003)
6.b - Outro método é mover a peça de uma posição extrema do deslocamento do ponteiro até à outra (máximo deslocamento para a esquerda e para a direita) e colocar o zero aproximadamente a meio. Torna as leituras mais delicadas e sujeitas a enganos, mas pode ser útil quando se estão a verificar tolerâncias do tipo +- .
6.c – Ainda outro “método” é colocar o zero na posição em que o ponteiro ficar quando o comparador for fixado, qualquer que ela seja; no fundo, é semelhante ao anterior e tem os mesmos problemas, pelo que não é uma boa opção
(fig. 004)
Passo 7 - Mover a peça e fazer as leituras
Nota: a escala inversa pode dar jeito quando for necessário andar para trás relativamente a um ponto anteriormente registado.
(continua na 2ª parte)
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Posts relacionados:Características do comparador analógicoUtilização do comparador analógico:
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