De acordo que há muitas ferramentas eléctricas relativamente baratas que, se forem utlizadas poucas vezes e sem se puxar muito por elas, podem servir durante uns tempos. Mas nunca há garantias que se aguentem mais do que "uns tempos", e a confiança na ferramenta e o conforto de utilização são factores importantes.
Continuo a achar que, no campo das ferramentas, marcas sem reputação devem ser evitadas. Outros que gastem o seu dinheiro e tempo na experiência, e que depois me digam. E mesmo assim há que avaliar se a consistência dos lotes de fabricação (isto é, no fim de contas, se funcionam todas igualmente bem) se mantém.
Por exemplo, vou na minha terceira aparafusadora. A primeira foi uma Bosh daquelas de formato cilíndrico - salvo erro 3,6V. Durou uns anos, até que a bateria deixou de carregar. Era mais caro substituir a bateria do que comprar uma nova, comprei uma B&D "de dobrar", também 3,6V. Finalmente, quando essa também acabou ao fim de 5 ou 6 anos, comprei uma Bosch PSR 7.2 Li (não gosto das grandes aparafusadoras/berbequins; além de serem pesadas demais para aparafusadora, prefiro ferramentas específicas para cada função). A diferença que se sente no conforto de utilização e na confiança que se tem na capacidade da ferramenta é impressionante. As primeiras, relativamente baratinhas mas de marcas de relativa confiança, nunca satisfizeram completamente - muitas vezes sentia que estava a pedir-lhes demais. Se fossem de marca duvidosa, não sei como me sentiria a utilizá-las. E também não sei quando se iriam avariar de repente.
Isto vale também, claro, embora não pelos mesmos motivos, no campo das ferramentas manuais. Recentemente precisei de comprar uma plaina de topejar para um trabalho que estava a fazer. Não tinha tempo de procurar uma boa (cada vez é mais difícil encontrar), era tudo da mesma raça, acabei por comprar uma marca espanhola que me pareceu menos má. Erro! Quando a quis utilizar, o rasto era muito áspero e prendia, não havia maneira de conseguir afinar e manter a profundidade de corte apesar de ter uma regulação de parafuso, o ferro não mantinha a esquadria... Acabei por utilizar a meia-garlopa Stanley (aquela Handyman que em tempos me deu um trabalhão para pôr em condições...), apesar de ter mais do o dobro do tamanho - pelo menos, com esta consigo trabalhar.
Compar ferramentas baratas de marcas desconhecidas - se for para serem utilzadas com um mínimo de intensidade, claro - é sempre um mau princípio, dá quase sempre desgostos, e frequentemente obriga a gastar mais dinheiro depois a comprar uma nova mas de qualidade aceitável (já não digo boa qualidade, essas em geral são inacessíveis para um amador).
Não sabia que a Hilti faz ferramentas para amador (mas também, para o tipo de actividade que faço, um martelo de 14 quilos não é exactamente uma ferramenta de amador...)
G.