bata001 excelente video o jig tem uma simplicidade muito boa
GLFaria se me fizer o favor de expandir mais um pouco agradeço, é que comprei um conjunto de formões para treinar o afilamento e trabalhar com os mesmos, e quando começei a ver os requesitos vi que tinha de manter a 30º e afiar decentemente começei a procurar algo para ajudar. A ideia é afiar com lixas, tenho de 400, 600 e 1000
Se não se importa vou só dar umas quantas ideias, mais tarde poderei desenvolver um pouco mais se for preciso (sou um "escritor" muito lento, e exprimo-me melhor por "bonecos" do que por palavras...). Isto pode tornar-se um bocado extenso, e vou começar com alguns tópicos sobre afiamento em geral. Noutro post passarei ao dispositivo em questão
Antes de mais, e uma vez que o menciona, é preciso compreender a função como é geralmente feito o afiamento de um formão. São geralmente (mas nem sempre) formados dois biséis.
O primeiro bisel, a
aproximadamente 25º, é simplesmente para fazer a transição entre a espessura do ferro e o fio do formão. Até pode não ser um bisel, se se utilizar uma esmeriladora, caso em que é preciso tomar muito cuidado para não dar cabo da têmpera do aço.
Se ficar muito abaixo de 25º, a frente do ferro pode ficar fraca para algumas utilizações. Se for muito acima, afiar o bisel secundário, aquele que realmente vai cortar, obriga à a remoção de muito material. Os +-25º são um simples resultado empírico da experiência acumulada. Digamos que o valor pode oscilar entre os 23º e os 27º sem grandes problemas.
O segundo bisel, aquele que realmente corta, tem habitualmente um ângulo
à volta de 30º. Mas os 30º não são sagrados. Pode perfeitamente usar entre uns 27º-32º sem problemas. Trata-se novamente de um compromisso entre a robustez e a facilidade de corte. Se só utilizar o formão para aparar madeiras macias até pode ir abaixo destes valores, com a certeza que o fio dura menos e que vai ter de afiar mais frequentemente.
A faixa do ferro que corta é relativamente estreita, apenas uns décimos de mm até a apara começar a levantar. Por isso, o segundo bisel não tem de ser muito extenso, até convém que seja o mais estreito possível para dilatar o tempo entre as reconstituições do bisel primário, que é o que dá mais trabalho.
Quanto à lixa, provavelmente vão-lhe dizer que P1000 é muito grosso, e que o bisel secundário e as costas do ferro
têm de estar polidas como espelhos. Não é tanto assim. Novamente, é necessário compreender o argumento ( e a realidade) por trás desta recomendação. O fio de uma ferramenta deveria corresponder, idealmente, à intersecção de dois planos. No caso, o plano onde estão as costas do ferro, e o plano do bisel secundário. Para estas faces estarem o mais próximo possível da perfeição teórica de um "plano" (que, já agora, nunca atingem) é necessário que estejam perfeitamente polidas. Se não for assim, não constituirão realmente dois planos, a sua intersecção não será perfeita, e o gume cortará menos do que "perfeitamente".
Agora, é isto assim tão importante? Pode ser ou não, dependendo das aplicações. Para cortes de muita precisão ou em madeiras difíceis, sejam elas macias ou duras, quanto mais polido melhor - o fio dura mais e exige menos esforço no corte. Mas eu, com a minha falta de conhecimentos, dou-me ao luxo de dizer que na maioria dos casos, afiar até P1000 ou P1200 é mais do que o suficiente. O Paul Sellers tem um vídeo muito interessante sobre este tema, aplicado a plainas, que desmistifica um pouco a questão:
https://www.youtube.com/watch?v=UbAo4RpM7oM Note que ele não quer realmente dizer que basta afiar até ao grão 250 para trabalhar. O que quer dizer é que, para uma amador, é possível trabalhar desta forma. Vai obrigar a um pouco mais de esforço no corte, o fio vai durar menos, o acabamento da superfície pode não ficar tão bom, mas é perfeitamente possível.
Caso lhe possa interessar, a sequência que uso actualmente é P250-P600-P1200, este último só para o bisel secundário, seguidos de
um assentador de cabedal onde aplico um produto de polimento de que nem conheço a composição (um sabão de polir verde, que penso ser óxido de alumínio - embora seja verde, não é crómio). Há quem não utilize assentador, eu prefiro utilizar porque noto uma diferença na facilidade de corte. Mas note, por favor, que neste campo eu não sou mais do que um principiante ordinário, cuja formação nestes temas vem apenas das asneiras que tenho feito ao longo dos anos e da teoria que tenho aprendido por leitura.
Quanto ao líquido a utilizar (pode afiar a seco, mas faz mais pó e a lixa dura menos), sugiro umas gotas de óleo mineral (óleo Johnson para bébé, pois claro...

). A água faz a lixa encaracolar muito. A ideia não é minha, é de um dos estudiosos da afiação que utiliza o sistema da lixa. Antes utilizava água, experimentei o óleo e "fiquei cliente".
Vou acabar este, que já vai longo, e organizar as ideias para o seguinte, abordando as minhas ideias acerca deste dispositivo específico. Aqui vai com um dos meus rústicos "bonecos" em Excel