Eh, calma, não se melindre, as minhas opiniões ou preferências pessoais não se identificam necessariamente com as dos outros membros do fórum. E, mais ainda, não tenho competência para dar um “correctivo” a ninguém, seja de que forma for. O que acontece é que manifestei o meu ponto de vista, possivelmente de forma um pouco brutal (não é raro…). Presumo que não esteja habituado a fóruns anglo-saxónicos, especialmente australianos - são muito mais brutais, e no entanto "tudo bem...".
Como já teve oportunidade de verificar, poucos se manifestam – e, adicionalmente, tenho tendência a ser um pouco “directo” demais nas minhas abordagens.
Portanto, se bati “forte” demais, as minhas desculpas.
Bom, esperando que isto não seja a origem de um mal-entendido, aqui vai o método que segui e o (muito pouco) que concluí quando ao “espeto" que nos mostrou há dias. São apenas conclusões pessoais, não necessáriamente a resolução do problema.
Pesquisei a net por junto umas 10 horas, em português (sem grande esperança, para dizer a verdade…), inglês, francês e espanhol. O meu alemão não dá para pesquisar nessa língua (mas também, um alemão escreveria “Viktor” e não “Victor”), e de pesquisar em italiano, francamente, nem sequer me lembrei.
Comecei pelo óbvio – marca e “logotipo” (as duas espadas cruzadas)
Não esperava encontrar nada, e de facto não encontrei. O que não quer dizer que não haja – o resultado das pesquisas na net depende muito das combinações de palavras que se utilizem. Posso simplesmente não ter pesquisado uma combinação que se ajustasse. Por outro lado, marcas “Victor”, em vários países, há milhares ao longo dos anos.
Passada esta fase, puxei pela cabeça a tentar imaginar que aplicação poderia ter um instrumento desses.
Comecei por definir as dimensões prováveis, baseando-me nos 20 cm de comprimento total (ver foto anexa). Depois disso, que informações poderia tirar da fotografia?
- Só pela fotografia não posso dizer taxativamente se é forjado ou fundido; inclino-me para que seja fundido.
- O “espeto” parece servir para, passe a redundância, espetar nalgum sítio. Terá de ser um meio “mole” – porque por pouco que fosse um meio duro, o espeto teria de ser martelado para entrar, o que iria danificar a ponta do cabo. Portanto, terra ou areia.
- A secção em cruz pode indicar que se pretenderia que o instrumento não rodasse uma vez espetado. Caso contrário, seria mais fácil tê-lo feito redondo ou quadrado.
- O “cabo” achatado pode ser simplesmente uma pega onde segurar para espetar o instrumento
- Resta o entalhe na ponta do cabo. 3mm não é muito – mas dá facilmente para passar um cabo fino (fio de pita ou semelhante)
Depois de tudo isto, o que me parece mais plausível é que fosse um utensílio utilizado em jardinagem, para marcar (juntamente com outros do mesmo tipo) um contorno – canteiro, relvado,… Com uma ressalva – duvido que um “espeto” de menos de 10cm permita esticar muito um fio sem se desenterrar. Mas pode ser que com aquela forma da secção…
Passei a procurar de novo na internet, à volta do tema “instrumentos de jardinagem”. Utilizei todos os termos e combinações de termos de que me lembrei – e posso assegurar que são bastantes.
Com um “espeto” de secção semelhante só encontrei alguma coisa em (onde mais?...) utensílios de jardim ingleses da época Vitoriana – Séc- XIX. Mas nada de igual a isto. Os mais (longinquamente) parecidos que encontrei eram muito mais compridos, tipicamente 40-50 cm pelo menos, com um enrolador na parte de cima para enrolar o fio, e associados a um “espeto” de forma muito mais simples amarrado na ponta do cabo (ver a outra fotografia para um exemplar)
Possívelmente, portanto, um utensílio utilizado na marcação ou delimitação de canteiros, etc. Pode ser uma conclusão radicalmente errada, mas é aquilo a que cheguei. Quem quiser, pegue a partir daqui e procure mais…