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Tópicos - GLFaria

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Projectos, Plantas e Orçamentos / Coçar a cabeça...
« em: Sexta, 26 de Julho, 2013, 17:49:00 pm »
E para não deixar a semana no tom deprimente das últimas duas mensagens do "Bricolage/Café", tenho um projecto desafiante que me está a deixar um bocado a coçar a cabeça.

Tenho de desmontar totalmente, para a recondicionar de cima a baixo - corrigir folgas, alinhamentos, eventualmente substituir algumas peças - a minha bancada Black and Decker, que tem alguns trinta anos de uso intensivo. Não será a primeira vez que a desmonto, mas desta vez os trabalhos a fazer têm de ser mais a fundo do que os anteriores.

Fácil? Sob o ponto de vista mecânico é, mas... a bancada Black and Decker é onde eu trabalho normalmente! Quando estiver desmontada, ainda posso fixar um torno de bancada num banco de cozinha para tratar das peças mais pequenas, mas onde é que faço os trabalhos maiores, como aplainar os bordos das tábuas do tampo? Estou a tentar magicar uma maneira de utilizar o tampo de mármore da bancada da cozinha, mas não é fácil fixar lá coisas (além de que, vá-se lá saber porquê, continua a ser preciso cozinhar de vez em quando - digamos uma vez por dia pelo menos...)

Oh, como é complicada a vida de um "bricoleur" (ou melhor: como conseguimos sempre arranjar maneira de a complicar!... :) )

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Projectos, Plantas e Orçamentos / Trabalhos difíceis? Credo...
« em: Segunda, 15 de Julho, 2013, 12:56:16 pm »
Achamos nós que fazemos trabalhos complicados? Então vejam lá este:

http://woodgears.ca/reader/richard/marble_machine.html

Notar que todas as máquinas que serviram para fazer isto foram também feitas pelo próprio.

Quem é que aqui acha que sabe trabalhar bem em madeira?...

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Bricolage Café / Trabalhos interrompidos...
« em: Segunda, 15 de Julho, 2013, 12:49:10 pm »
Tive de fugir durante três dias por causa de uma coisa chamada Optimus Alive, que se passa a 300 metros de minha casa, em linha recta e sem obstáculos.

Para quem acha que deve ser divertido, eu conto como é:
Entre 6ª feira de manhã e Domingo à noite não se dorme entre as 9h30 da manhã e as 6 da manhã do dia seguinte, por causa do barulho (durante a tarde e a noite, são três palcos a buzinar; de manhã e ao princípio da tarde são os testes para o barulho que vão fazer na tarde e na noite que se segue). Mesmo com janelas de PVC e vidro duplo insonorizado como as que tenho, todas fechadas, é impossível descansar ou dormir (já tentei até com os auriculares do tiro, não dá...).
Depois, quem fizer a loucura de sair com o carro, quando voltar não arranja lugar para estacionar a menos de dois ou três quilómetros de casa - com sorte.

Felizmente, temos uma casa noutro sítio para onde nos habituámos a fugir na 6ª feira do primeiro dia do festival, logo que a minha mulher sai do trabalho, e só voltamos para aqui na 2ª feira de manhã (ou seja, hoje). Durante o fim de semana interrompo os trabalhos que estou a fazer aqui, e mudo de tema - passo a arranjar estores, tratar do jardim, aparar a relva, cortar as sebes, descobrir que há um montão de coisas em casa que se estragaram com a humidade durante o Inverno - e como nesse clima não se podem deixar ferramentas boas, claro está que faltam ferramentas, que não levei porque achei que não ia precisar - fazer uma interminável lista de reparações... Um homem não consegue descansar!

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Bricolage Café / Pensar de forma não-ortodoxa ou não convencional
« em: Quinta, 11 de Julho, 2013, 19:30:08 pm »
Quando é necessário resolver um problema ou atingir um objectivo, não é boa ideia ficar parado com o pensamento que “a maneira “correcta”, ou melhor dizendo, “ortodoxa” de resolver isto é esta, sempre foi, portanto como não tenho meios ou conhecimentos para resolver a questão da maneira considerada aceitável então espero até ter os meios e conhecimentos, e até lá não faço nada”. Geralmente – e isso pode ser ou não grave conforme o caso de que se trate - o objectivo fica por atingir, porque entretanto nos vamos ter de dedicar a outras coisas.
Isto não exclui que se deixe de estudar ou aprender as melhores técnicas ou práticas – é necessário é ter em conta até que ponto queremos ou necessitamos atingir o objectivo num determinado prazo ou com determinados custos.
A História dá-nos milhares de exemplos ao longo dos milénios, dos quais vou dar um exemplo concreto. Vou também relatar um pequeno episódio passado comigo há alguns anos.
Primeiro exemplo (grande, estratégico):
Depois de ter sido invadida três vezes ao longo de um século pela Alemanha, a França resolveu que era tempo de fazer alguma coisa para impedir que isso voltasse a acontecer. Em meados dos anos 1930 começaram a construir uma linha de defesa impressionante, verdadeiramente brutal, de fortificações ao longo da fronteira franco-alemã – a linha Maginot. As fortificações iam desde a fronteira com a Suíça, a Sul, até à fronteira com o Luxemburgo, a Norte. Era uma linha construída em profundidade, incluía uma rede de túneis por onde as tropas, as munições e os abastecimentos eram transportados por comboios eléctricos, tinha ar condicionado, alojamentos, refeitórios. Era efectivamente inexpugnável para os meios de militares da época.
Havia uma pequena interrupção, ou melhor atenuação, das fortificações na zona do maciço e floresta das Ardenas, que eram considerados intransponíveis – nunca exército nenhum na História tinha conseguido transpor as Ardenas. Por outro lado, a Bélgica e o Luxemburgo eram países amigos, não havia razão para fazer na respectiva fronteira fortificações tão complexas e tão caras, e ainda por cima em terreno alagadiço.
O raciocínio francês foi muito linear e muito ortodoxo: “nunca um exército em ordem de combate conseguiu passar as Ardenas, e os alemães certamente nem sequer o vão tentar; por outro lado, para invadirem pelo Norte teriam de começar por invadir a Bélgica e atravessar o Luxemburgo, o que politicamente é impensável; portanto, esta é a solução correcta, estamos bem defendidos e nunca mais nos invadem”
O resto á sabido. Os alemães resolveram mesmo invadir a França, e como não podiam ir de frente tinham que arranjar outra solução - atravessaram efectivamente as Ardenas, e ao mesmo tempo invadiram a Bélgica. E a França lá foi novamente invadida pela Alemanha.
A solução teórica dos franceses era tecnicamente muito interessante e correcta – mas não contou com uma abordagem não-ortodoxa e não-clássica dos alemães. Quanto à linha Maginot, nunca foi atacada. Os alemães consideraram que seria uma perda de tempo e de meios – as fortificações eram efectivamente inexpugnáveis para os meios militares da época - e ainda lá está para amostra, com custos de conservação elevadíssimos (mas é tão forte que não é possível demoli-la)

Segundo exemplo (pequenino, prático):
Há anos o meu sogro quis retirar os quatro rodízios metálicos, cravados, de uma antiga mesa metálica de consultório. Os rodízios estavam cravados nas extremidades das pernas da mesa, em hastes de uns 8mm de diâmetro com a ponta bem martelada.
Estava lá um tio da minha mulher, que sempre tinha trabalhado como técnico em fábricas de metalomecânica, e que era aliás um excelente técnico de produção. E estava lá eu, com alguma prática industrial mas ainda pouca, mas com muita prática de resolver pequenos problemas de ordem… prática, passe a redundância.
O tio declarou que a maneira tecnicamente correcta de cortar a cabeça de uma peça cravada era com um escopro e um martelo. Efectivamente, é a maneira mais rápida – se as ferramentas e o suporte forem do tamanho e peso adequado. Havia um escopro não muito grande, talvez uns 20 ou 25cm, e um martelo relativamente ligeiro; quanto aos suporte –as mãos e o chão; mas resolveram atacar com isso.
Eu objectei que com aquelas ferramentas não ia dar, e que como tínhamos uma lima bastarda grande era preferível limar a cabeça da haste. Mas como não era a maneira tecnicamente correcta, e “o tio tem mais experiência e sabe como é que se faz…”, decidimos que elas iriam atacar as cravações de duas das rodas com o escopro e martelo, e eu iria tratar das outras duas com a lima.
Vinte minutos depois de eu ter descravados as minhas duas rodas, ainda estavam a bater na desgraçada da primeira deles.

Isto tudo para dizer – quando tiverem de resolver um problema, não se deixem limitar pela ortodoxia. Se não tiverem os meios ou conhecimentos técnicos adequados para, naquele momento, atingir o objectivo da maneira “correcta”, pensem em alternativas exequíveis. Não serão provavelmente as melhores ou as mais elegantes, mas se resolverem o problema satisfatoriamente o objectivo terá sido atingido.

Sem prejuízo de preparar melhor – estudando e praticando - uma futura actuação.

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Ferramentas / Um projecto interessante do Diego de Assis
« em: Domingo, 07 de Julho, 2013, 17:20:20 pm »
Aqui está um artigo interessante sobre a realização de uma ferramenta para abrir roscas em madeira que o Diego de Assis escreveu no seu blog; é ir ao blog

http://diegodeassis.wordpress.com/

e descer por ele abaixo até encontrar "Roscas de madeira - 12fev11"

Não vou muitas vezes visitar este blog, devia ir...

Nota pessoal - fazer tratamentos térmicos artesanais de peças metálicas não é assim tão, tão de caras como ele parece implicar, mas - depois de muitos erros, se possível conversar com e ver alguém que faça isso bem, e  um bom bocado de experiência - faz-se. Não me perguntem porque acrescento esta nota...   ;)

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Ferramentas / Um maço de madeira
« em: Sexta, 05 de Julho, 2013, 15:00:17 pm »
Outro “post”…compridote! As minhas desculpas, sou sempre muito “descritivo” (falo pouco, mas a escrever…)  :(

Quando passei a dispor de mais tempo para usar ferramentas, achei que precisava de um maço de madeira de tamanho médio para usar com os formões (até então, usei durante anos um de borracha muito desajeitado). Pensei fazer um, mas tinha outros projectos em curso ou com mais prioridade, por isso comprei um “já feito” na loja de ferragens do bairro. Feio, cabeça tipo barril, mal acabado, mas parecia servir.

Depois de o usar uns tempos, senti necessidade de o modificar para ficar mais funcional. Básicamente, dar ângulo às faces, porque trabalho com pancadas ligeiras a partir do cotovelo e do pulso, e tal como estava o maço obrigava-me a torcer o pulso para bater como deve ser. E fazer umas faces no cabo, porque quando o usava nunca conseguia sentir se estava bem orientado.

Quando comecei a cortar a madeira vi que era bonita, por isso resolvi levar a modificação mais a fundo. Normalmente, dou sempre prioridade à função relativamente à forma – por isso os meus “produtos finais” não costumam ser “bonitinhos”. Mas como, desde que a função seja assegurada, também não faz mal que as ferramentas tenham bom aspecto, achei que podia gastar um bocado mais de tempo e divertir-me com isso.

O resultado está nas fotografias anexas (antes e depois; algumas das "antes" só foram tiradas depois de começar a cortar).

O maço pesa agora 400 gramas, que era aproximadamente o meu objectivo. Como quando acabei de cortar a madeira estava um pouco mais leve do que queria, fiz dois furos na cabeça e enfiei em cada uma delas uma cavilha feita com varão de latão, coladas com epoxy. As cavilhas atravessam a cabeça de lado a lado (por isso pedi ideias para as colar sem sujar a madeira, porque o acabamento já estava práticamente...acabado; obrigado, pajo! Aquela sugestão foi preciosa). As cavilhas acrescentaram 35 g ao peso do maço.

O cabo é um pouco mais comprido do que o necessário. Normalmente, pego neste maço pela parte alargada do meio (dá pouco balanço, mas é para usar principalmente em trabalho ligeiro e delicado). Mas achei que não ficaria estéticamente satisfatório se o cortasse a meio caminho entre essa parte alargada e a extremidade, por isso deixei-o com o comprimento original.

O remate do cabo era feioso (ver fotografia antes), por isso cortei-o e acrescentei uma fatia de… não vou dizer que madeira, para não me chamarem nomes… Antes de cortar, fiz um furo no topo para ter a certeza de conseguir alinhar as peças, e fiz uma cavilha de mogno para assegurar o alinhamento. Colei o conjunto com cola PVA. Devo ter borrado um pouco a coisa, porque a zona à roda da cavilha ficou mais clara depois do acabamento (ver fotografia depois).

Um “defeito” que não consegui corrigir (teria práticamente que fazer um maço novo) foi a forma como o cabo é fixado à cabeça – enfiado por baixo e expandido pelo lado de cima com uma cunha de madeira. Se fosse como deve ser, o cabo deveria entrar por cima e ter a parte superior em forma de cunha, para não haver a possibilidade de a cabeça sair por cima. Ainda antes de começar a modificação verifiquei que, com o uso que já lhe tinha dado, a cabeça estava a começar a sair, por isso encaixei bem as peças, fiz um furo passante de 8mm e uma cavilha de cedro, e fixei o conjunto com cola PVA.

Não me esmerei tanto na preparação da madeira como faria se estivesse a preparar uma peça decorativa. Às tantas, pensei: “tenho de parar de pôr isto bonitinho, senão depois não me atrevo a usar, e isto é uma ferramenta de trabalho – para dar pancadas, ainda por cima”! Digamos que ficou razoável, mas sem pretensões.

O acabamento é óleo. Em vez de óleo de linho, resolvi experimentar um resto do óleo Behandla que vendem no IKEA para proteger os tampos de cozinha de madeira. Já tinha aberto a lata há mais de um ano e o prazo de validade estava mais do que ultrapassado (na verdade, estava com um ar um bocado “suspeito”), mas resolvi arriscar, e acho que resultou bem.
Este produto é uma mistura bastante líquida de óleo de tung, óleo de linho, e não sei quantos produtos mais. Como é muito líquido, é absorvido muito rápidamente pela madeira (suponho que seja propositado, para os tampos de cozinha não demorarem muito tempo a secar). Mas como o óleo de tung não escurece tanto a madeira como o óleo de linho, não ficou mal.

Não usei tapa-poros, ou antes, tapei os poros lixando com lixa P400 o óleo fresco, quando o apliquei, durante a 4ª e a 5ª aplicação.

Para as duas camadas finais de acabamento e polimento fiz uma pasta com óleo de linho refinado e tripoli (um pó muito fino, menos abrasivo do que a pedra-pomes, que é utilizado no polimento de madeira e de metais); diluí o óleo em partes iguais com essência de terebintina. Para acabamento final e conservação, cera para móveis (agora, só falta ver se escorrega ao ser usado!…)

Claro que, com tudo isto, o processo de modificação demorou um par de meses ou mais. Não sei quantas aplicações de óleo fiz, talvez umas 15, deixando curar entre aplicações (na fase inicial 24 horas entre aplicações, mais para a frente 2 a 4 dias, as duas últimas uma semana).

Isto também foi uma experiência – queria ver se o óleo do Ikea servia para estas aplicações. Vejo que serve para acentuar os veios da madeira, mas pelo menos com o número de aplicações que fiz não parece formar uma película superficial, como acontece com o óleo de linho. Há muitos anos que não fazia um acabamento a óleo, até foi divertido. Pode ser que inspire alguém a meter-se neste tipo de trabalhos.

Mas agora o maço já me estava a fazer falta. E tenho de começar a usá-lo, senão ainda crio estimação por ele…   ;)

Ah, quanto à madeira de que é feito. Não sou própriamente especialista nesse assunto. À vista, diria que a cabeça parece carvalho, mas não estou certo; quanto ao cabo não sei de todo que madeira é. Alguém me pode ajudar a identificar as madeiras, olhando para as fotografias? Agradeço.

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Bricolage Café / Não é bricolage, mas como estamos no café...
« em: Quinta, 04 de Julho, 2013, 13:08:07 pm »
Devo dizer desde já que só conheço o sujeito pelos programas de televisão, pelo que não tenho "interesses ocultos".

Posto isto, e como o assunto nos interessa a todos (quanto mais não seja pelos preços que pagamos pelas ferramentas, colas, tintas...) permito-me recomendar a leitura do livro escrito pelo José Gomes Ferreira, publicado há dias com o título provocatório: "O meu programa de governo".

Leitura muito acessível (para os que costumam ver na televisão o programa "Negócios da semana", ele escreve da maneira como fala), nada técnica nem matemática, e mostra como é que ao longo de trinta anos chegámos ao que chegámos. Tudo informações que já conhecemos ou de que já ouvimos falar de forma dispersa, ou que poderíamos facilmente encontrar em documentos públicos. Mas agregados num livro, portanto mais fáceis de encontrar, e comentados de forma competente ainda por cima.

Só posso faze um comentário: é facil de ler, e é assustador!

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Projectos, Plantas e Orçamentos / Colagem - Preciso de uma ideia
« em: Segunda, 01 de Julho, 2013, 23:32:27 pm »
Alguém me pode dar uma ideia de como colar uma cavilha justa (mas não apertada) num furo, passando de um lado ao outro numa peça,  sem que a cola transborde para fora e suje as superfície da peça onde é metida a cavilha - nem dum lado, nem do outro?

A cavilha é metálica, a peça é de madeira (daí a importância de não sujar as superfícies), a cola será provavelmente um epoxy.

Agradeço sugestões.

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Projectos, Plantas e Orçamentos / Suporte do computador
« em: Domingo, 30 de Junho, 2013, 23:55:13 pm »
Custou, mas consegui "projectá-lo" e fazê-lo em dois dias!

Como contei na minha mensagem de desespero no "Bricolage Café", prometi à minha filha, que sofre de uma deficiência motora muito grave, fazer durante o fim de semana um novo suporte para o computador portátil, para ela depois experimentar um novo dispositivo apontador para substituir o track-ball, que por sua vez já substituiu o rato há uns anos.

Não fazia ideia do que queria nem onde ia parar, só defini um caderno de encargos genérico - altura média necessária, possibilidade de ajustar a altura, inclinação.

Comecei, como faço habitualmente, por dar uma olhadela ao tema na internet para arranjar ideias. Concluí rapidamente que, para satisfazer o meu caderno de encargos, nenhum dos modelos que vi na internet dava para fazer em dois dias - só a arranjar material ia demorar mais do que isso.

Aí, olhei para o que tinha em casa, magiquei um pouco, dormi sobre o assunto, e no sábado de manhã acordei com uma ideia assente. Só precisei comprar alguns  parafusos M6x10 e um M6x80, e uma placa pequena (600 x 300) de contraplacado de 10mm.
O resultado está nas fotografias.

Como os cortes, esquadriagens e acabamentos foram feitos com ferramentas manuais (serrote, plaina, formão e bloco de lixa), perdi bastante tempo com isso. Se tivesse uma serra de mesa tinha sido muito mais rápido. Para os furos e para as caixas para as placas das porcas-garra utilizei o engenho de furar (as caixas foram feitas com uma fresa de 20mm).

O suporte é constituído por uma base e uma mesa.

A base é um "tarolo" de  50x50, colado e aparafusado a uma placa de contraplacado. Para reduzir os esforços na placa acrescentei duas peças feitas de cantoneira de alumínio de 65 x 35.5 x 2.6 (sobra de um projecto anterior), fixadas com parafusos M6 e porcas-garra.

A mesa é contraplacado de 10mm, com uma ripa de pinho à frente para o computador não cair. Reforcei-a por baixo com mais um resto de contraplacado. Entre as duas placas embuti quatro porcas-garra M6 para fixar as peças de ligação à base, e abri 4 furos de 62mm (broca craneana) para ventilação (um deles vai ficar debaixo da turbina do computador). As peças de ligação são feitas do mesmo resto de cantoneira de alumínio.

O "revestimento de protecção" (feito tão à pressa não me atrevo a chamar a isso acabamento  ;) ) é o meu produto-padrão para este tipo de trabalhos essencialmente funcionais - verniz aquoso para soalhos, semi-mate, duas demãos (prefiro de longe o aquoso - ter de usar diluentes dentro de casa não tem interesse nenhum)

O ajuste em altura - total possível 130mm - pode ser feito de duas maneiras:
- pondo o eixo de ajuste da inclinação num dos três furos disponíveis (amplitude total 30mm)
- modificando a inclinação (amplitude máxima com segurança aproximadamente 100mm)

Não está exactamente bonito, mas está funcional e satisfaz todos os requisitos do meu caderno de encargos.


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Bricolage Café / De louco, todo o bricoleur tem um pouco (ou muito...)
« em: Sábado, 29 de Junho, 2013, 22:34:10 pm »
Prometi à minha filha que neste fim de semana lhe fazia um suporte elevado, ajustável em altura e inclinação, para o computador portátil. Para estar pronto a usar na segunda-feira de manhã! Não devia estar bom da cabeça.

Hoje não parei (parei agora mesmo para comer uma piza do supermercado, tenho sempre congeladas de reserva...), e amanhã promete ir pelo mesmo! Mamma mia!!!

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Ferramentas / Plaina Stanley #3
« em: Domingo, 23 de Junho, 2013, 20:45:55 pm »
Comprei na feirinha de velharias aqui do bairro uma Stanley #3 em bastante bom estado - mecanicamente falando. Tinha uma particularidade estranha - as pegas, que são normalmente de madeira, estavam pintados de preto brilhante (já agora, se alguém conhecer uma designação em português para as pegas da plaina manual...). Uma camada bem grossa, aliás. Estranhei, mas como tudo o resto estava em muito bom estado e completo (excepto que o ferro, como é habitual nestas vendas, estava mal afiado), e só pediam 25 euros por ela, achei que valia a pena. Há muito tempo que queria ter uma, por ser mais maneirinha do que a #4.

Chegado a casa, vasculhei a internet à procura de Stanleys #3 com as pegas pintadas e, como era de esperar, não encontrei nada.
Então, resolvi começar a "descascar" a pega dianteira, e por baixo de uma boa espessura de tinta encontrei a madeira de origem. Bonita, sem ser extraordinária, mas aquilo que eu esperaria nesta plaina. Pensei "quem poderá ser o animal que trabalha com uma plaina e prefere pegas pintadas em vez da madeira natural?". Devia ter calculado...

Animado, resolvi fazer o mesmo à pega traseira. E aí, percebi porque é que estavam pintadas. A pega traseira não é de origem. É uma peça de faia, bastante mal feita aliás, que já foi partida e colada (não é de espantar que se tivesse partido - os veios estão no sentido errado). A Stanley, que eu saiba, nunca fez pegas de faia. Estou mesmo a ver - o pândego estragou a peça de origem, ou tirou-a para usar noutra plaina qualquer, fez uma em faia, inevitávelmente partiu-a, colou-a, e como é impossível confundir a madeira de faia com a madeira da pega dianteira, vá de pintar tudo para fingir que era assim mesmo!

Bem, vendo as coisas pelo lado optimista, vou ter oportunidade de fazer um par de pegas novas de boa madeira (têm de ser as duas, para a madeira ser a mesma). Alguém tem um truque para fazer furos compridos, aí de uns 5 ou 6mm de diâmetro? Queria evitar comprar uma broca extra-longa só para isto.

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Ferramentas / Serra circular com disco enviezado!
« em: Sexta, 14 de Junho, 2013, 16:26:07 pm »
Bosch é bom?...
No campo das ferramentas para amadores, não estou tão certo!

Tenho uma serra circular Bosch PKS 55A. Nada de muito especial à partida, mas mesmo assim esperava melhor.
Quando estava a fazer uma guia para cortar una painéis, descobri inesperadamente que o disco da serra não está paralelo ao lado da base que está previsto encostar à guia (o lado do motor).
O desvio é de 1,5mm em 145mm – correspondendo a aproximadamente 0,5 - 0,6 graus.

Parece pouco? Não é – nem para a qualidade do corte, nem para os cuidados que é preciso ter durante a execução, especialmente se se estiver a cortar à mão livre. Vejam os efeitos no esquema anexo.

Ia fazer algumas fotografias do dispositivo que estive a fazer para usar com a guia, para quem quisesse utilizar a ideia, mas como tive de o “atamancar” com uns calços para corrigir o desvio do disco da serra, fica para mais tarde, quando fizer um novo.

Sugestão – quem tiver uma serra circular, seja ela qual for, e precisar de fazer cortes bem acabados e com uma certa precisão, é melhor verificar primeiro o paralelismo entre o disco e a face de encosto da base da serra, e fazer alguns cortes de teste… (isto é um teste habitual nas serras de mesa, mas nunca o vi referido para serras circulares portáteis, talvez por se considerar que não vão ser utilizadas para cortes com um mínimo de precisão ou qualidade de acabamento)

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Bricolage Café / Trabalhos de outros tempos
« em: Sábado, 01 de Junho, 2013, 22:43:54 pm »
Como ultimamente não tenho estado muito activo (ou antes, tenho sim, mas estou cada vez mais lento...) resolvi ir ao passado procurar coisas que tenha feito.

Aqui estão duas peças que fiz no início dos anos 70. Nessa altura ainda era relativamente fácil arranjar boas madeiras.

Tempos felizes em que um rapaz de vinte e poucos anos podia legalmente ter uma arma sem por isso ser considerado um perigo potencial para a sociedade (também é verdade que nos intervalos das brincadeiras nos punham uma G3 nas mãos e nos mandavam para longe dar tiros noutros sujeitos, de preferência antes que eles nos dessem a nós; às vezes também éramos responsáveis pela vida de duas ou três dúzias de galfarros da mesma idade ou mais novos; talvez isso fizesse com que as autoridades considerassem que éramos indivíduos mais ou menos responsáveis e decentes...)

A primeira é um par de platinas para um revólver Colt que tive nessa altura (1973-74). A madeira é raiz de tacula, uma madeira de Angola, muito dura e difícil de trabalhar, mas muito bonita - vejam a cor e os veios. O acabamento é goma-laca, aplicada com boneca (o que os americanos chamam "french polish"). Não usei tapa-poros, não era preciso com uma madeira tão densa e só ia estragar a beleza.

A segunda é um punho, feito mais ou menos na mesma altura, para uma pistola de ar comprimido Webley & Scott que também tinha na época (tinha-a comprado para levar para a Guiné, para não perder o treino quando não estava a dar tiros a sério... :) ). A madeira, se bem me lembro, é mutene, e o acabamento é óleo de linho. Não está particularmente bem acabada, mas a madeira era danada - dura que se fartava, mas ao mesmo tempo com fibras que não permitiam cortar em qualquer direcção. E tinha de estar constantemente a afiar as ferramentas.

Ainda fiz mais um par de platinas num mogno muito bonito, para a pistola de uma amigo do meu sogro, mas o senhor morreu há anos e não tenho hipótese de as recuperar - a mulher também já morreu, e a família, seja lá quem for, provavelmente deitou a arma fora... Acho que tenho nalgum sítio umas fotografias em papel, se algum dia as encontrar ponho-as aqui...

(quando desisti definitivamente do tiro de competição e das armas, há uns 20 anos, acabou-se a vontade de fazer trabalhos destes; além de que provavelmente, se os fizesse, alguém me iria considerar um perigoso criminoso em potência...)

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Ferramentas / Modificação no engenho de furar
« em: Domingo, 19 de Maio, 2013, 17:27:40 pm »
Mais um “post” comprido, como os meus são habitualmente. Mas é por uma boa causa.

O sistema de ajuste do batente de profundidade, com porca e contra-porca, da maioria dos engenhos de furar básicos, incluindo o meu, sempre me irritou. É práticamente impossível qualquer precisão no ajuste, é necessário usar chaves de bocas se quisermos dar um aperto firme, se quisermos simplesmente apertar à mão o espaço para os dedos é muito reduzido e a precisão reduz-se ainda mais, a haste roscada tem tendência a desapertar-se com toda a facilidade, etc.

Resolvi fazer um sistema diferente para o meu engenho. É relativamente simples, embora se se trabalhar apenas com serra e lima, como eu fiz (além do engenho para fazer os furos) dê algum trabalho. Também exige um pouco de prática de trabalhos deste tipo, mas nada do outro mundo. Aqui vai a descrição com fotografias para quem quiser aproveitar a ideia.

Os materiais utilizados saíram todos do meu repositório de “resíduos”, pelo que nem sempre foram os que utilizaria de preferência. Mas achei que para uma coisa tão pequena não ia comprar materiais novos – saía muito caro e lá ia ficar com mais um montão de sobras.

O dispositivo de origem era o habitual neste tipo de engenho (foto 01)
Além dos inconvenientes que aponto acima, o ponteiro era uma desgraça, não parava de andar à roda, e caía com toda a facilidade.

O dispositivo que construí (foto 02):
Utiliza uma haste lisa de 6mm, um bloco deslizante que pode ser fixado por aperto na haste, e que incorpora um ponteiro, e uma régua graduada com zero ajustável.
O dispositivo é constituído por três sub-conjuntos

Conjunto da haste (foto 03):
A haste (vareta de aço de 6mm) é roscada M6 em baixo, para a fixar ao “prato” de plástico do engenho, e em cima para montar uma porca para evitar que o bloco móvel saia inadvertidamente por cima. Na parte de baixo, que vai apertar contra o “prato”, colei com epóxi uma porca de falsa anilha para distribuir melhor a carga de aperto.
O corpo do casquilho é de zamac, encasquilhado com um tubo de latão para reduzir o desgaste (se o meu torno Unimat estivesse em condições, teria feito o casquilho em aço). Como a função é simplesmente guiar e dar um pouco de suporte à haste, e como o engenho em si mesmo tem um certo número de folgas, o casquilho está propositadamente folgado em relação à haste (diâmetro interior do casquilho 6,3~6,4mm, diâmetro da haste 5,9~6,0mm). O casquilho tem um ponto para o fixar à carcaça do engenho com um perno roscado (visível noutras fotografias). O traço marcado era para para indexar o ponto com o furo do engenho; só depois de já estar feito verifiquei que não é necessário.
Utilizei uma porca de união M6 para montar a haste no “prato” porque pretendo mais tarde montar na parte inferior uma antepara de segurança (a de origem era uma verdadeira desgraça e há muito tempo que a retirei). À cautela, como todo o aparelho vibra muito, montei parafusos de fixação M3 nesta porca para reduzir as probabilidades de a haste e o acessório que venha a montar por baixo se desapertarem, além de que utilizei verniz anaeróbico em todas as roscas.

Conjunto do bloco móvel (foto 04):
O bloco móvel é de alumínio de baixa liga. É longe de ser o material ideal (macio demais e pouco elástico), mas era o que tinha com dimensões aproveitáveis. Com excepção dos furos, feitos com o engenho, todo o bloco foi feito à serra e lima, daí não estar muito perfeito. Um furo de 6mm para a haste, um furo de 6mm para alívio de tensões na zona sujeita a maior tensão no aperto, um rasgo feito à serra (vê-se logo, está torto, já não tenho mão, nem vista, nem paciência, para trabalhar como há uns anos…). Um furo transversal para o parafuso de aperto. Dois furos roscados M3 para montar o ponteiro. O parafuso de aperto e o manípulo (?) foram aproveitamentos de antigos equipamentos estragados – nunca deito nada fora sem primeiro desmontar e ver se há peças que possa guardar para uso futuro.
Para o ponteiro, usei uma pontinha de cantoneira de alumínio de 2mm de espessura.
Antes de começar fiz um desenho em SketchUp para ver se tudo jogava certo (foto 05):

Nota:
as fotos 06 a 08c mencionada no texto que se segue vão, devido às restrições relativas à quantidade de anexos, num post que envio seguidamente.

Régua graduada:
Cortei de uma régua flexível inox Stanley 35-521 (foto 06) (não procurem, já não é produzida há anos), que tinha comprado há uns 15 anos para usar noutro projecto que acabei por não realizar; finalmente encontrei um uso para ela.
Depois de cortada ao comprimento correcto, abri dois rasgos com um disco abrasivo Dremel para poder ajustar o zero quando montada.
A régua é fixada no corpo do engenho com dois parafusos M3. Óbviamente, tive que furar e roscar o corpo do engenho (foto 07).

O furo adicional que se vê nesta fotografia, em baixo à esquerda, leva um perno roscado M4 para fixar o casquilho.

Algumas fotografias do processo de “fabrico” do ponteiro nas fotos 08a, 08b e 08c.

Tenho mais projectos de modificações na calha para este engenho, o primeiro dos quais será provavelmente mudar a localização do interruptor – não estou nada feliz com a localização actual.
A menos, é claro, que me caia do céu uma pipa de massa. Se isso acontecer (um enorme “se”…) compro um Bosch PBD 40 e mando este às urtigas…

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Ferramentas / Fontes de ideias
« em: Sexta, 10 de Maio, 2013, 00:48:07 am »
Aqui vão dois links que podem ser interessantes para alguns participantes mais virados para as ferramentas:

http://www.homemadetools.net/?gce=tab50&utm_expid=57824293-7&utm_referrer=http%3A%2F%2Fwww.homemadetools.net%2F%3Fgce%3Dtab50

http://www.metabricoleur.com/t4180-mon-support-pour-comparateur

Mesmo os que não estiverem à vontade com o Inglês e o Francês podem tirar ideias a partir dos "bonecos"

E, para quem gosta dos "trabalhos de casa" (eu não gosto, mas às vezes tenho mesmo que os fazer...):

http://www.homebase.co.uk/webapp/wcs/stores/servlet/HomebaseStaticPageSecondLevel?langId=110&storeId=10151&includeName=HBCreateTheLook/help_advice_howto_guides.html

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