Mauro, se tem visto frentes coladas e cavilhadas soltarem-se, é porque foram mal coladas - pouca cola, cola mal aplicada, furo e/ou cavilha mal limpos, ou tudo isso ao mesmo tempo. Menos provável, incompatibilidades químicas (há madeiras que aceitam mal, ou não aceitam de todo, a colagem - por exemplo o ipê - mas geralmente não são utilizadas em mobiliário). Uma característica de uma bem feita é que geralmente a própria colagem é mais resistente do que a madeira circundante - ou seja, com uma boa colagem, é mais provável a madeira partir do que a colagem separar.
A guia de afiar da Stanley é muito má (a minha, que tem várias dezenas de anos, já era má; ouvi dizer que as actuais são piores...); os principais problemas, a meu ver, são:
- o sistema de fixação do ferro que, mesmo que o aperto seja feito com muito cuidado e uniformemente de um lado e do outro, não garante um aperto seguro
- a facilidade com que o ferro se pode desviar para um lado ou outro se se fizer um pouco mais de força ou um esforço desequilibrado enquanto se afia - resultado, um gume de viés, não perpendicular aos lados do ferro.
- a repetibilidade de posicionamento que o sistema de aperto permite é nula, portanto nunca consegue duas vezes exactamente a mesma posição do ferro na guia.
- acessóriamente, não gosto nada que os rodízios rolem sobre a superfície da pedra ou da lixa. Além de se desgastarem, se uma pessoa se esquecer de os limpar quando muda o grão do abrasivo (acontecia-me muitas vezes...), contamina o grão seguinte, mais fino, com os resíduos do abrasivo anterior. Mas há várias boas guias que usam este sistema, pelo que aponto isto como uma questão pessoal (que, devo dizer, não é só minha...).
Não faço ideia (ou melhor, faço, mas não tenho experiência prática...) da qualidade da pedra que vem no kit da Stanley.
Dito isto, consegue-se afiar aceitávelmente uma ferramenta - ao nível amador - com uma guia dessas, desde que se tenham em conta as limitações do equipamentol e usando um ou dois truques. Se eventualmente estiver interessado, um dia destes posso tirar a minha da gaveta e tentar explicar o que há a fazer (não neste momento, por favor...).
Devo dizer desde já que, por um conjunto de razões, uso lixa (método "scary sharp" - pesquise a Internet
...) e não pedras para fiar as ferramentas.
Um profissional ou semi-profissional dirá que uma guia é inútil, senão mesmo prejudicial. Também sei de profissionais que dizem o contrário. De qualquer forma afiar à mão livre, na minha opinião, exige prática e é uma técnica que só se aprende bem, e em tempo útil, sendo ensinado por alguém conhecedor. Escusado será dizer, é uma opinião puramente pessoal, e de amador ainda por cima.
Seja qual for o método, não há remédio - se quer usar ferramentas manuais, tem mesmo de aprender a afiar.
Pajo, o problema com o seu método é que se não se souber um mínimo, também não sabe o que se deve observar ou perguntar...