Autor Tópico: Serra circular de mesa (mini reportagem)  (Lida 13078 vezes)

AlexB

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Serra circular de mesa (mini reportagem)
« em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 02:15:43 am »
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Boas a todos!

Motivado pela excelente recepção que me deram, fica mais uma apresentação do meu curto portfólio.

Desta vez a minha serra circular de mesa. Aviso que vem testamento. :-\


A serra estava perdida no armazém da empresa do seu sogro e foi talvez o "clic" final que me fez iniciar nisto dos trabalhos em madeiras. Pensava eu quando a vi que tudo ia ser fácil e rápido e um simples banco de jardim era coisa para demorar uma tarde. 3 meses depois de ter a serra ainda nem o tinha começado, mas isso são outras contas.
A serra é mesmo do piorio que se pode arranjar. É daquelas que custam cerca de 40/50 euros e não a aconselho a ninguém.



Para além de muito pequena e sem guarda ou guia, não permitia o ajuste em altura o que também limita a funcionalidade.
O primeiro problema foi o disco da serra. Aquilo abanava mesmo muito. Tirei-o para fora e reparei que não estava empenado, mas os batentes que o seguram tinham uma descalibração tal que o disco abanava vários milímetros a cada volta. Visto que vivemos num pais onde os trabalhos manuais estão em extinção e são mal apreciados, e não encontrei um torneiro para me arranjar os batentes, resolvi arranja-los eu com uma simples lixa de papel. Depois de dezenas de tentativas a lixar, instalar e verificar o disco e retomar tudo de novo lá consegui um resultado muito satisfatório. Possivelmente com instrumentos rigorosos ainda terá algum empeno mas a olho nu está impecável e mais importante, faz um corte fluido.
O outro problema era o disco propriamente dito. Para além de ter apenas 184mm, tinha um desenho de dentes que já não se usa e pouco eficiente. Na lateral da serra diz que permite discos até 210mm mas para não estar a meter um no limite o que poderia trazer problemas de rigidez, meti um de 200mm o que já me deu mais 15mm de corte e com uns dentes mil vezes mais eficientes que o original. Tanto em velocidade como limpidez do corte.

Resolvidos este problemas, tratava-se de proceder à construção duma mesa que não só me trouxesse a serra para uma altura confortável de trabalhar, mas acima de tudo que lhe acrescentasse funcionalidade para dentro das suas limitações se transformar numa ferramenta minimamente útil.
O tampo ficou com 78 por 115 centímetros. Não é nehuma bancada profissional mas já me dá uma área muito considerável para os meus trabalhos e neste aspecto cumpre a 100%. Acoplado ao tampo criei uma guarda de guia para cortes longitudinais. Esta deu um trabalhão a meter à esquadria com a serra mas no final ficou bem. Fiz-lhe um sistema simples de aperto com ferragens básicas e depois de apertada fica completamente inamovível. Ainda pensei em meter uns contrafortes para assegurar a verticalidade da guarda mas a verdade é que só como está na fotografia, esta verticalidade manté-se firme; pelo menos até à data.
Esta guia foi feita com aglomerado duma secretária velha que ia para o lixo. Está direita e é polida o que ajuda no deslizamento da madeira.
Pormenor da guia desta guarda:


Para além da guia principal fiz duas calhas paralelas à lâmina para acoplar outros engenhos auxiliares. Em Inglês eles chamam-lhes "Jigs". Alguém sabe se há uma palavra em português para designar estes engenhos?
Estas calhas foram feitas com uma tupia e depois aparafusei uns perfís de alumínio. Aqui, o resultado não cumpre a 100%. Estes perfís de alumínio têm pouca espessura e consequentemente pouca rigidez e na realidade a dimensão da abertura varia uns décimos ou centésimos de milímetro mas o suficiente para as calhas não deslizarem facilmente. Já vi à venda em sites internacionais de ferramentas calhas apropriadas para estas mesas, mas para a serra em causa parece-me que não justifica. Fora este aspecto, consigo usa-las com alguma eficiencia e comparando com mesas de 200 ou 300 euros que vejo à venda, estas calhas não perdem em nada.

Apresentação dos meus "Jigs", sendo que aqui há um mundo de ideias de engenhos para tudo e mais alguma coisa e com o tempo, mais irão ser acrescentados.

Simples com uma só calha para cortes transversais. Por só ter uma calha, ele abana um bocadinho e com isso perde-se rigor. Uso-o bastante por ser o mais rápido de usar e por vezes há peças ou fases dos trabalhos onde o rigor ainda não é imperativo.


Este é identico, mas com duas calhas. É mais perro que o anterior e logo mais lento, mas o corte fica a 90 graus rigorosos.


Tabuleiro. Muito útil em algumas aplicações e tenho planos para mais uns jigs para usar em conjugação com o mesmo.


Este é evidente. Para cortes a 45 graus.


Este serve-me para segurar tábuas que não tenham uma única face 100% plana e com ele conseguir rapidamente essa face. Também dá para cortar longitudinalmente pequenos ângulos próximos dos 90 graus. Mais ou menos de 80º para cima.


Para já são os que tenho. A grande vantagem destas mesas é que dá para fazer imensos engenhos que respondam a necessidades específicas e tenho a certeza que com o tempo irei fazer mais.
A mesa é em pinho com 2 demãos de óleo de teca e depois mais duas de verniz. O tampo é em MDF com a moldura em contraplacado. Também com verniz excepto o topo do tampo. No futuro pretendo fazer um armário para meter por baixo e possivelmente um sistema para ligar um aspirador. Também meti umas rodas em duas pernas viradas para o lado para poder deslocar a mesa levantando as outras pernas opostas mas que esta fica apenas acente nas pernas quando poisada.
Os "jigs" foram quase todos feitos com restos de madeiras e embora possam ter um ar tosco, garanto que as faces que interessam e os alinhamentos estão rigorosos.

No total gastei entre o disco da serra e as madeiras uns 80 euros. A serra como já expliquei foi de borla. No final estou contente com o resultado. A mesa, posso dizê-lo com confiança, é melhor, maior e mais funcional que qualquer mesa de serras até os 300 euros. Mas a serra é mesmo muito fraca e se for para comprar não aconselho esta gama. Como vem de origem é praticamente inútil e um par de serrotes cortam mais rápido e muito melhor que esta serra. Para mim, a maior limitação para além da dimensão reduzida do disco é o facto de não poder ajustar a sua altura. Mesmo com o disco de 200 mm tenho uma altura de corte real que não chega aos 4 centímetros. Invertendo as peças e cortando dos dois lados consigo cortar peças de 8 centímetros, mas com 150 euros já se compra uma serra deste tipo com 250 milímetros de diâmetro e com ajuste em altura para além da inclinação que a minha também faz.

Neste momento o meu dilema é se continuo e investir tempo nesta mesa ou compro outra serra melhor e faço outra mesa. Para já, sei a resposta. O dinheiro não estica e esta tem desenrascado. :P

Espero que gostem. Peço desculpa pelo testamento e aguardo as vossas críticas.

Abraço a todos e boas bricolages!


 
« Última modificação: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 02:34:11 am por AlexB »

bata001

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #1 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 08:28:44 am »
Caro AlexB

Para uma serra de bancada que estava ao abandono

está 5 ***** estrelas

tenho uma do mesmo genero que anda por ali e que já me desenrrascou algumas vezes

talvez um dia lhe faça algo semelhante
« Última modificação: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 08:31:45 am por bata001 »
Henrique

pajo

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #2 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 08:56:05 am »
Mas aonde é que o Alex tem andado >:( >:( >:(

Eu tinha uma dessas "nhanhel"(foi das minhas 1ªs asneiras):o e ao fim de 1/2 duzia de utilizações encostei-a e por fim oferecia ao meu pai.

Essa maquina parece ser capáz de fazer frente aos nossos amigos do outro lado do charco
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GLFaria

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #3 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 14:05:01 pm »
Máquina mortífera!!!  ::)
Tenho muito, muito respeito por qualquer serra motorizada, circular ou não. Mas tenho verdadeiro medo de equipamentos desses aparentemente sem qualquer dispositivo de segurança. Provavelmente porque sobrevivi a muita coisa até agora e os dedos, mãos, braços, etc., ainda me fazem alguma falta.

Desta vez, tenho que reprovar a sua (bonita) construção.

Já houve alguns (poucos) comentários no fórum acerca da segurança das serras de mesa, pelo que não vou repetir. Mas se pesquisar encontrará. E se quiser não me importo que voltar ao assunto, antes isso do que...   :'(  :'(  :'(

Já agora, o que tem aí é uma serra de estaleiro. É construída para ser positivamente atirada para dentro de uma carrinha e levada para a obra, para o que for preciso cortar. Por isso é tão compacta, e tem a base com essa forma - coloca-se em cima de qualquer plataforma. E também por isso possívelmente já estará um pouco abusada.

Muuuuuito cuidado. Ainda vai a tempo de corrigir.

G.

AlexB

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #4 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 15:18:14 pm »
GLFaria, mesmo quando as críticas reprovam os trabalhos, se feitas com inteligência devem ser bem aceites e quando o objectivo é zelar pela segurança, mais ainda.
Concordo com as mesmas e tal como o GLFaria, também eu tenho respeito e muito medo destas serras.

Efectivamente há um dispositivo que esta serra não tem e é importantíssimo à segurança que é aquela espécie de lâmina que se mete por detrás do disco e impede a madeira depois de cortada entrar em contacto com o disco e assim impedir o coice das peças. Nos "jigs", as fotografias não mostram mas alguns já foram ligeiramente alterados para que o disco nunca apareça ao alcance das mãos por detrás.
No entanto depois de muito ler e de falar com dois ex-carpinteiros que usaram este tipo de serras profissionalmente ( e ambos com histórias reais de acidentes graves para contar), a minha serra possui de facto o maior dispositivo de segurança e o responsável pela esmagadora maioria dos acidentes. E esse elemento é o extremo cuidado e sempre insegurança por parte do usuário. O excesso de confiança e consequente facilitismo no uso destas serras é sem margem de dúvidas o maior causador de acidentes.

Tenho perfeita noção que a falta da dita lâmina pode causar o coice da madeira e na verdade já me aconteceu por duas vezes a peça sair disparada para trás. Mas a verdade é que por ter uma correcta postura, usar peças auxiliares para segurar a madeira ao invés dos braços ou mãos e planear os cortes para nunca ser apanhado numa posição menos "cómoda" têm-me evitado sustos.

Dito isto, não quero de forma alguma menosprezar o seu aviso. Acho que tem toda a razão e a segurança é e deve ser sempre o centro das nossas preocupações quando trabalhamos com máquinas destas. Mas também acho que embora os dispositivos de segurança sejam importantíssimos e ajudem a prevenir algumas situações, é a forma como manuseamos estas máquinas a nossa maior defesa.
« Última modificação: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 15:34:27 pm por AlexB »

GLFaria

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #5 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 17:20:18 pm »
"...Efectivamente há um dispositivo que esta serra não tem ..."
- Há mesmo mais do que um! Falta pelo menos uma cobertura para o disco - mais importante ainda se este não for retráctil, isto é, se estiver exposto sempre à altura máxima de corte. E penso que faltará também um interruptor de emergência (essas máquinas não costumam ter), actuado de preferência pelo pé ou pelo joelho - nunca se sabe...

"...E esse elemento é o extremo cuidado e sempre insegurança por parte do usuário..."
- Uma vida, pessoal e profissional, passada no meio de máquinas e em ambiente fabril, demonstrou-me que essa ideia é uma das coisas que mais facilmente falha! Sem querer, claro. E mesmo com pessoas muito bem treinadas e com anos de prática. Frequentemente, quanto mais os anos passam e maior é a confiança no que se faz, maiores os riscos.
- Quanto à preocupação com a segurança, ou falta dela, por parte dos operadores de máquinas nacionais, nem comento...


Mas enfim, cada um corre os riscos que quer. Achei é que não podia deixar de o alertar. Dito isto, e como me parece que se considera suficientemente informado, não vou dissertar mais sobre o assunto.

Cordialmente
G.

Joliveira

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #6 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 20:29:01 pm »
Parabéns pela reportagem bem conseguida :) e pelos artefactos auxiliares.

Quanto à segurança em além dos cuidados já referidos em alguns casos o uso de EPI ((equipamento de proteção individual) é quase obrigatório.

Foi com esta serra que o banco foi feito?

Reparei ainda no detalhe das rodas e lembrei-me da mesa do pajo :)
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Stromlinie

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #7 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 22:40:31 pm »
Alex (e não só...)

Num outro período da minha vida, dei aulas de Equipamentos e Exploração Florestal, numa universidade Portuguesa. Um dos equipamentos utilizados nas aulas práticas era a moto-serra, e na primeira aula de apresentação tinha o cuidado de dizer que era uma máquina perigosa, da qual devemos ter medo, mas não nos devemos deixar dominar pelo mesmo.

Usando as técnicas e procedimentos adequados, os dispositivos de segurança e o equipamento de protecção individual (EPI) para a máquina/tarefa em questão, estamos a minimizar os riscos de acidente e, em simultâneo, a reduzir os efeitos de um hipotético acidente.

Ainda que se sinta seguro e confiante a usar este equipamento, não descure nunca a sua segurança (sempre que o for usar, imagine que sofreu um acidente...) Não lhe estou a dizer que não volte a usá-lo, apenas que quando tiver oportunidade faça um upgrade.

Lembre-se da Lei de Murphy: "If anything can go wrong, it will."

Dito isto, acho que o trabalho está bem conseguido, apesar da base de partida, e os jigs (que em português podemos chamar gabarito, modelo, padrão) esão também muito bem executados.
Boa bricolage, em segrança,

Stromlinie

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #8 em: Quarta, 21 de Setembro, 2016, 23:07:53 pm »
E
Permitam-me um of-topic e depois continuamos a conversa.
Maz o assunto maquinas de exploração florestal não ouvia à alguns anos (16 mais precisamente) e nunca tinha visto gente tão doida desde motosseristas a gruistas .
Infelismente vi dois acidentes por excesso de comfiança no equipamento. Qualquer um deles não tinha o minimo equipamento de segurança.

Por isso mesmo com os acessorios que tem construido preveja sempre o que pode correr mal.

Resta-me uma duvida.
A tal peça de proteção do disco não existia ou foi desmontada?

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GLFaria

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #9 em: Quinta, 22 de Setembro, 2016, 00:04:50 am »
...
Lembre-se da Lei de Murphy: "If anything can go wrong, it will."

... e o respectivo corolário, que cito de cor: "...e quanto maior for o inconveniente, mais as probabilidades de acontecer!"
Acho que a moto-serra foi o equipamento mais assustador que alguma vez utilizei. Não em trabalho profissional, felizmente, mas às vezes o combate de emergência a incêndios florestais a isso obriga. Não perdoa uma desatenção - lá vai uma perna...

Stromlinie

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #10 em: Quinta, 22 de Setembro, 2016, 00:15:12 am »
[...]
felizmente, mas às vezes o combate de emergência a incêndios florestais a isso obriga. Não perdoa uma desatenção - lá vai uma perna...

Estatisticamente, não é uma perna, mas uma rótula (geralmente a esquerda!) ou os dedos do pé. Mas já vi um miúdo de 15 anos com uma cadeia marcada nas costas, resultante do ressalto de uma moto-serra operada por um tio...  >:(

Numa moto-serra a cadeia roda a 80m/s, mais coisa menos coisa, numa aula aconteceu-me uma aluna ter a máquina a trabalhar e a cadeia partiu-se. Ainda me tocou na ponta da bota, mas como fazia parte do EPI, mantive os dedos do pé todos!
Boa bricolage, em segrança,

Stromlinie

AlexB

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #11 em: Quinta, 22 de Setembro, 2016, 03:36:36 am »
Só para esclarecer um aspecto.
De forma alguma eu discordo das críticas do GLFaria.
E se há aspectos que infelizmente não posso corrigir, pelo menos nesta serra, como as protecções do disco, há outros que eu já tinha obrigação de ter feito e para ser sincero nem sei porque ainda não fiz. É o interruptor de emergência e mesmo o interruptor normal, que nesta serra está bastante escondido. Será seguramente o upgrade dos próximos dias.

Stromlinie, eu não me sinto seguro a usar esta serra e pelo-me de medo cada vez que a uso. E acredite que não estou a ser irónico. É mesmo verdade. É por isso mesmo que tento compensar dentro do possível com a forma como manuseio a mesma de forma a estar o mais protegido possível caso algo corra mal.
No entanto não posso ser hipócrita e tenho de admitir que há aspectos onde poderia ser mais cuidadoso e não o sou. O mais óbvio é o não uso de óculos. Eu tenho uns mas são uns baratuchos e as lentes parecem sempre baças e por isso nunca os uso. Não são raras as vezes em que ando aflito a tirar serradura dos olhos embora esta entre sempre já nas limpezas quando sopro para algum lado  :-[.

Pajo, a protecção do disco se existia, eu nunca a vi mas acho que nunca existiu. Eu por acaso conheço o historial desta serra. Ela foi comprada pela minha cunhada para maquetes da faculdade do curso de arquitectura e foi usada pouquíssimas vezes. Os problemas e deficiências da serra não advêm do uso mas porque a qualidade original era mesmo muito má.

Joliveira, sim, é nesta serra que corto praticamente todas as madeiras dos meus trabalhos. Tenho poucas ferramentas eléctricas e esta e a furadora vertical são de longe as que mais uso. E na minha curta vida de trabalhos em madeira dou por mim a usar cada vez mais as ferramentas manuais. Mesmo o berbequim que é a única ferramente eléctrica para além destas que uso, só o uso esporadicamente caso existam muitos furos para fazer. Se forem um ou dois furos recorro ao arco de pua, uma ferramenta, tal como muitas outras manuais, muito desvalorizada nos dias de hoje e que se se habituarem a usar dificilmente as largarão. São muitíssimo práticas e fazem um furo em madeiras em pouquíssimos segundos.
As sambladuras em madeira já são feitas usando serrote manual e formão, embora alguns cortes possam ser feitos nesta serra.

« Última modificação: Quinta, 22 de Setembro, 2016, 03:43:45 am por AlexB »

GLFaria

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #12 em: Sexta, 23 de Setembro, 2016, 01:56:45 am »
Será indiscrição perguntar onde arranja brocas para o arco de pua? Ou a sua pinça é de 3 ou 4 garras?

Tive de mandar vir uns adaptadores (Dieter Schmid, novamente...) para poder usar brocas sem o encabadouro de secção quadrada no meu arco de pua Stanley #144 com pinça de duas garras (penso que é dos anos 1950, mas este modelo foi produzido durante tanto tempo...)

Estes adaptadores não são grande solução, mas sempre são melhores que nada.

G.

pajo

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #13 em: Sábado, 24 de Setembro, 2016, 10:06:39 am »
*A mesa é em pinho com 2 demãos de óleo de teca e depois mais duas de verniz.*

Será que me podem explicar melhor este tipo de acabamento.
Os meus conhecimentos em acabamentos são muito limitados. Para mim era impensável dar verniz em cima de óleo.
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Mas isso, NÃO TINHA PIADA NENHUMA!!!

GLFaria

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Re: Serra circular de mesa (mini reportagem)
« Responder #14 em: Sábado, 24 de Setembro, 2016, 13:50:16 pm »
É, também achei estranho.
Sempre pensei que o princípio geral era "verniz em cima de óleo não (não agarra de fora duradoura), óleo em cima de verniz não (fica pegajoso)".

Seria interessante esclarecer, por favor.

G.