Ora abóbora, como diria o meu pai, então foi com uma plaina eléctrica...
Não se engane, eu não sou um conhecedor, longe disso! Aparte as asneiras que fui fazendo ao longo dos anos - e foram muitas, abençoadas ferramentas - só comecei a aprender um bocadinho mais, e mesmo assim "por correspondência", utilizando a internet - documentos, fórums, etc. - depois de me reformar. Mas não tenho aprendizagem formal, portanto continuo a fazer asneiras, epero é que vão sendo cada vez menos. Há nesta comunidade quem, se estiver disposto a isso, lhe pode ensinar muito mais do que eu sobre marcenaria.
Esta plaina (chinesa) tem muito "aspecto" (demais até, para o meu gosto...) mas é provávelmente a mais baratinha das que começam a ser "menos más". Mesmo assim, tem coisas que não me agradam, entre elas peças de fundição em latão, uma das quais é bastante mal acabada e não pode ser muito melhorada porque corre o risco de partir se for "melhorada" demais. Há outra marca, não sei se do mesmo fabricante, também chinesa, com melhor aspecto e menos peças de latão, mas já é mais cara e achei que para o que faço não se justificava. E a partir daí os preços do material começam a subir, subir...
Os ingleses têm sorte, têm um grande mercado de ferramentas boas em segunda mão, a preços aí 1/3 do que pedem cá nas feiras, e mesmo assim queixam-se... Aqui, qualquer parolo que vai vender uma ferramenta a uma feira diz que a peça está em óptimo estado, é rara, é de colecção, etc...- aldraba, em resumo - e pede uma uma fortuna por ela. E depois fica ofendido quando a gente lhe diz que não é nada disso, que é uma ferramenta de trabalho, que está mal tratada, não vale o que pede, etc.
E então o que aparece no OLX com a descrição "antigo mas em bom estado de funcionamento"!... Ainda recentemente vi uma plaina completamente enferrujada, com este descritivo ou semelhante, sem marca que se visse, pela qual pediam 80 euros! Em Inglaterra, se pedissem por isso o equivalente a 10 euros não se vendia.
Quanto à Stanley. Neste país, por qualquer motivo cultural, quando se diz "Stanley" as pessoas ficam maravilhadas, e os vendedores (que geralmente também não sabem grande coisa) usam esse argumento. É indiscutível que a Stanley fez boas plainas até ao fim dos anos 1950. A partir daí, nunca mais fez nada de jeito. Portanto, Stanley nova não vale a pena comprar (posso apontar-lhe vários motivos concretos), e qualquer Stanley com pegas de plástico preto também não. Não quer dizer que não se consigam pôr a trabalhar "mais ou menos", para nível amador, mas dá uma carga de trabalhos - não me pergunte como sei!
Mas se encontrar alguma anterior a 1950 em bom estado eu posso estar interessado
, se o preço for decente - o que neste país será muito improvável.