Muito obrigado, gentes, mas é mesmo uma geringonça.
Dá um bocado de trabalho a alinhar, suponho que porque a gola do berbequim e o suporte não são tão cilíndricos como deviam, e o plástico do corpo do berbequim tem alguma flexibilidade. Como o contra ponto quase não tem folga na calha (paciente trabalho de plaina manual
), e o suporte de alumínio não tem folga mesmo nenhuma relativamente à base (é montado à justa e aparafusado), o alinhamento tem de ser feito rodando e movimentando o berbequim no suporte.
Para alinhar, uso a ponta central de uma broca (nova) de três pontas de 8mm montada na bucha. Alinho a ponta com o contraponto. Aperto um bocadinho o suporte, desalinha; volto a alinhar, aperto mais um bocadinho, volta a desalinhar um pouco, etc., até estar completamente apertado e razoavelmente alinhado. É um bocado chato.
A aproximação do ferro à peça tem de ser feito com muito cuidado, porque isto é quase um brinquedo, e a profundidade de corte (é assim que lhe chamamos na metalomecânica, não sei como é na madeira) tem de ser mínima, quase só um aconchego.
Aquela "peça" experimental foi feita com formões, sim. Bem afiados, como qualquer formão que se preza. Não sei o que é a madeira da vara de 12mm que usei, quase diria bambu, macia, veio longitudinal, e racha com toda a facilidade, por isso no final dei-lhe uma ligeira passagem com lixa.
Encontrei um problema que não tenho com o torneamento mecânico. Como práticamente não vejo do olho esquerdo, não tenho visão tridimensional, vejo como se tudo estivesse no mesmo plano. Na vida do dia a dia já me habituei a defender-me (tenho o problema há 45 anos), mas em situações novas tenho que me adaptar. Daí que tenha que fazer a aproximação da ferramenta à peça com muito cuidado e muito devagar até sentir o ferro a tocar muito levemente na madeira. Na primeira vez não me lembrei e arranquei uma valente lasca. Os óculos de segurança dão um jeitão.
Para já, foi apenas uma experiência, por curiosidade e para aprender alguma coisa. Agora, vou utilizar a estrutura, sem o cabeçote móvel e sem o suporte dos ferros, e tratar planear e fazer um módulo de lixadora de disco que se possa montar na mesma calha. Dá-me mais jeito que um torno, e fico com 2 em 1.
Junto uma foto de uma espécie de graminho caseiro apresentado pelo Paul Sellers. Acho a ideia interessante, porque é muito simples e bem achado. Com limitações, claro, mas pode servir num aperto ou quando não se tem graminho. O link para o vídeo no You Tube é
https://www.youtube.com/watch?v=mZnh7VHz_T4