Penso que não seja preciso muita força. É preciso muita consistência na pressão e na velocidade, e certamente muita concentração para conseguir isso. E, é claro, um ferro espesso e impecávelmente afiado e uma plaina de muito boa madeira e extremamente bem afinada (notar que as plainas utilizadas são de madeira). Acredito que não seja fácil afinar uma plaina de madeira para conseguir estes resultados.
Quanto aos resultados numéricos, tenho algumas dúvidas. Já tive de trabalhar com tolerâncias de micra. Os microns (aliás, "micra" no plural) são, por assim dizer, muito sensíveis ao que se passa à sua volta. Qualquer variação de temperatura ou de humidade pode alterar o valor de uma medida. Por alguma razão os laboratórios de metrologia necessitam de ter atmosfera controlada.
Ora, numa sala como aquela, cheia de gente que se mexe (e respira - e se a respiração humana liberta humidade!...) mais ou menos à vontade, com um equipamento de medição manual e ainda por cima com o operador do equipamento práticamente a "soprar" para cima dele... Os concorrentes que entram ao fim da sessão têm de certeza condições muito diferentes das que têm os concorrentes ao início por isso os resultados, quando estamos a lidar com esta nível de precisão, não são comparáveis.
Por isso, não tenho muita confiança nos valores absolutos apresentados, e detectar diferenças de um ou dois micra entre resultados naquelas condiações não se pode dizer que seja sério - a meu ver, podem ser todos iguais.
De qualquer forma, isso não tira mérito aos concorrentes, conseguem umas belas aparas (semi-transparentes), e não me importava de ser capaz de fazer o mesmo.
G.