Suponho que nunca vai usar esa plaina - sacrilégio - mas bem gostava de saber que tal a sensação! Não acho que o ajuste micrométrico de profundidade seja uma grande vantagem (normalmente ajusto as minhas ferramentas com a craveira), mas é um requinte bonito. Em contrapartida, um vincador desse tipo faz muito mais sentido do que o da nº 78, que é impossívelmente pequeno e não é ajustável. Mas o que realmente me encanta mais nessa plaina é o trabalho de encaixe da peça de buxo.
Tenho lido várias discussões e artigos interessantes sobre as vantagens/desvantagens de determinados ângulos em diferentes situações.
Do que leio, só posso concluir que as experiências variam e que, dentro das sugestões de carácter geral, cada caso (ou tipo e qualidade de madeira) é um caso. Como a maior parte de entre nós não pode ter a quantidade e variedade de plainas que gostaria... Não tenho experiência suficiente para avaliar, nunca usei um ângulo diferente do da minha #4 (45º).
A madeira mais "aborrecida" que já aplainei foi ipê. Com o ferro a 45º, na posição standard com bisel para baixo, um ferro muito bem afiado e com o mínimo de saliência - umas fracções de milímetro - e uma boca a condizer, e o contra-ferro a aproximadamente 1mm, consegui um bom acabamento no sentido do grão.
Já os topos... puseram-me à procura de uma boa plaina de topejar, que penso que só vou arranjar se mandar vir uma de fora, o que não vai acontecer tão cedo. Ou a menos que encontre uma boa e em bom estado numa feira - sabe-se lá, mas tenho tendência a não acreditar em milagres.
Algum dia vou experimentar afiar o ferro da minha com um ângulo mais baixo e virar o bisel para cima para ver o que acontece (o ferro é muito fino, provávelmente vai vibrar, mas se não experimentar nunca vou saber...)
Já agora, alguém sabe o nome correcto em português, se é que existe, da peça que os ingleses chamam "frog"? Suponho que não seja "rã"! Tenho perguntado a muitos marceneiros e ninguém me tem sabido dizer.
G.