Depende muito de como tencione utilizá-lo.
Em primeiro lugar, é preciso estar consciente que qualquer engenho desse tipo tem limitações que é preciso que possa aceitar. Só servem para trabalhos ligeiros e não-intensivos. Nestas condições, podem durar vários anos.
Por aquilo que escreve, parace-me que quer um engenho mais porque "quero ter um disso..." (o que é perfeitamente genuíno, e realmente um engenho dá muito jeito para muitos trabalhos) do que por uma necessidade imperiosa de trabalho.
Nessas condições, 350W é provávelmente potência mais do que suficiente. Se não for, não é de um engenho baratinho que precisa.
Para ficar com uma ideia, dou como exemplo o meu (ver fotografias)
Motor 250W, 5 velocidades, transmissão por correia, bucha de 13mm, distância do eixo da bucha à coluna 105mm.
Tenho-o há uns 15 anos pelo menos. Tenho-o usado relativamente pouco até agora, mas isso está a mudar desde que fiz a bancada que mencionei num "post" anterior. Tem sido suficiente para o que lhe tenho pedido até agora (mas faço por não exceder a capacidade que tem). Tem muitas limitações, gostava de ter melhor, mas não posso justificar a despesa nem teria onde instalar um maior.
Principais questões:
Questão de segurança importante - o interruptor deve estar na parte frontal do engenho, nunca de lado como no meu; se estiver de lado e for necessário parar o engenho numa emergência (já me aconteceu), pode ser muito difícil e/ou perigoso chegar ao interruptor.
Sistema de controlo da profundidade de furação - o sistema de parafuso com porca e contra-porca é francamente aborrecido de utilizar, além de que a precisão que teóricamente se conseguiria com o parafuso é completamente eliminada quando se apertam as porcas.
"Viseira" de segurança que normalmente vem com esses engenhos - na maioria dos casos inútil e até prejudicial, porque deforma de tal maneira a imagem que a tendência imediata é retirá-la; só está lá para efeitos decorativos, para se poder dizer que existe (é preferível utilizar uma máscara ou óculos de segurança)
A mesa móvel normalmente pode-se inclinar transversalmente; mas os sistemas de alinhamento da mesa existentes nesses engenhos não são fiáveis, mesmo que tenham uma bonita escala em graus (não me pergunte como sei...), e os sistemas de fixação da mesa não permitem garantir que, uma vez fixada, ela se mantém na posição.
Geralmente, a mesa móvel pode ser rodada em torno da coluna para, assentando-os sobre a placa-base, se poderem furar objectos um pouco mais altos do que se forem montados na mesa móvel. Mas depois é preciso não esquecer de re-alinhar a mesa móvel com a bucha (a minha tem um furo de 4mm porque uma vez não a alinhei convenientemente...). (estou a estudar a possibilidade de modificar)
Os engenhos de bancada mais pequenos, como o meu, não têm um sistema mecânico para elevação da mesa. Isso traz dificuldades
no caso de ser necessária alguma precisão (a mesa só pesa uns 3 ou 4 kgs, dependendo do tamanho, mas o centro de gravidade está longe da coluna, por isso tende a "enjambrar" (preciso explicar o que isto quer dizer?). (estou a estudar uma modificação)
Por quelquer motivo, os engenhos que conheço têm todos mesas previstas mais para trabalhos de mecânica do que para trabalhos em madeira, que geralmente são mais volumosos. Se se quiser trabalhar cómodamente, com segurança e com alguma precisão em madeira é preciso fazer uma mesa "postiça" maior, onde possam ser utilizados dispositivos de alinhamento e fixação das peças a trabalhar (isto não é fantasia, já passei por uma situação complicada, em que não podia lagar a peça nem conseguia chegar ao interruptor para desligar o engenho - não foi nada confortável) (está na lista das coisas a projectar/fazer a curto prazo...)
O curso da bucha é geralmente bastante limitado - 50mm nos engenhos mais pequenos, 60mm nos de tamanho acima; a profundidade dos furos que se podem fazer fica limitada a isto. (nada a fazer...); e, como é evidente, uma bucha de 13mm, embora dê para fazer muitas coisas, é limitada (mas se instalar uam maior pode ter problemas com a potência do motor)
A precisão e as possibilidades de ajuste das folgas do veio são reduzidas.
Geralmente, os engenhos mais pequenos não têm um sistema de bloqueamento da posição da bucha em altura, o que impede ou pelo menos limita muito a possibilidade de fazer trabalhos de fresagem, a menos que se suba a mesa - com os problemas de precisão já apontados.
Isto é aquilo de que agora me lembro; algumas das limitações podem ser corrigidas com algum trabalho, outras com bastante trabalho, e ainda outras não podem sem um esforço que não se justifica num engenho deste tipo.
Independentemente destas limitações, um engenho deste tipo permite fazer muitas coisas que de outra forma se tornariam muito complicadas. Para mim e para os trabalhos que faço, tem servido - e vai ser indiscutívelmente muito divertido fazer algumas das modificações que tenho em mente.~
Compete-lhe a si ver se é ou não o que lhe convém, mas penso que com o dinheiro que diz querer gastar não vai conseguir ir muito além disto.
E acima de tudo, divirta-se (com segurança!)
G.