Autor Tópico: A minha caixa de ferramenta.  (Lida 104750 vezes)

pajo

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #30 em: Domingo, 24 de Março, 2013, 23:29:02 pm »
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A veredade é que eu trabalho 90% ferro (esqueci deste pormenor quando fiz a afirmação).
Dependendo dos materiais eu prefiro usar a velocidade mais baixa possivel, para evitar gripagem e aquecimentos excessivos.

Um dia por volta dos 14 anos, vi alguem regular um engenho FFI para furar com uma broca de 22mm a cerca de 1000rpm e avisei que era errado, olharam para mim e devem ter pensado. -O gaiato deve estar doido.
Passado uns minutos vejo o fulano á procura de um relogio a uns 5 metros da maquina e com a camisa rasgada na frente e mais uns arranhões.
Reparei agora nesta sua observação:

"Imformação muito importante:
Caracteristicas da maquina e tabela de rotações. -Deveria ter uma tabela da rotação recomendada para determinado diametro de broca"

Discordo completamente. Para o mesmo diâmetro, a velocidade a utilizar varia com o tipo e material da broca e com o material a furar.
O que há a fazer é arranjar uma (ou várias, para comparar, já vi que nem todas concordam entre si... Encontram-se muitas na internet) tabela de velocidades e afixá-la perto do engenho). Evidentemente, as velocidades indicadas nas tabelas não são sagradas, são uma ordem de grandeza (a menos que o engenho tenha velocidade contínuamente veriável, uma pessoa está condicionada às que o seu equipamento permite), mas são um bom ponto de partida.

Assim:

Se não sabes? -não mexas!
Se não gostas? -não estragues!
Mas isso, NÃO TINHA PIADA NENHUMA!!!

GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #31 em: Segunda, 25 de Março, 2013, 00:32:53 am »
Suponho que usa algum lubrificante...

Quando andava na mecânica aprendi uma coisa interessante - o melhor lubrificante para abrir roscas finas é o azeite. Usávamos só quando era necessário, porque para essa finalidade é caro e é muito chato de limpar - num equipamento industrial usam-se quantidades relativamente grandes e não se podem deixar resíduos no equipamento, porque o azeite acidifica. Mas resulta. Ouvi dizer que aí no Alentejo há muitas oliveiras... ;-)

GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #32 em: Segunda, 25 de Março, 2013, 22:22:41 pm »
E ainda a propósito da nivelação da mesa, junto fotografias do "dispositivo" - passe o termo pomposo - que usei para montar o comparador na bucha para nivelar a mesa (pode ver-se que é um comparador velhinho, velhinho, não como aquela coisa lustrosa que tem o pajo...  ;D )

Usei 10cm de ripa de pinho, um bocado de tubo de 10mm de diâmetro exterior - era o que tinha à mão numa das gavetas de "resíduos", já cortado e tudo - um parafuso M4 de cabeça larga e uma porca M4. Dois furos diâmetro 10mm na ripa (um para o tubo, outro para o comparador) e um furo e uma ranhura para aperto do comparador, que me interessa poder montar e desmontar porque o utilizo para outras coisas - o tubo meti à pressão, não faz mal lá ficar.
Tempo total de trabalho talvez 3/4 de hora (sou lento...). Guardo o "dispositivo" numa gaveta para se precisar dele outra vez.

Quem fizer este controlo prepare-se para uma surpresa - pode-se nivelar transversalmente, mas a mesa é tudo menos plana (não estou a falar de rugosidade, porque essa...) e não está nivelada no sentido frente-traseira, em que não está prevista qualquer afinação. Não que não seja possível corrigir a forma da própria mesa, mas não com as ferramentas que se têm habitualmente em casa. Se o desvio for importante, penso que a solução mais prática é fazer um tampo com a correcção necessária que se possa montar sobre a mesa de origem. No caso da minha era, salvo erro, da ordem de 0,1mm da frente para trás, e 0,3mm da frente para cada um dos lados depois de estes estarem nivelados (+ ou menos 0,05mm) entre si. Não me preocupei grandemente, é precisão suficiente para o que lá faço.

G.
G.

pajo

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #33 em: Segunda, 25 de Março, 2013, 23:06:04 pm »
Velhinho, velhinho, mas se calhar e Mitutoyo
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GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #34 em: Segunda, 25 de Março, 2013, 23:25:27 pm »
Não, Steinmeyer :-)

G.

GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #35 em: Quinta, 28 de Março, 2013, 22:01:08 pm »
Estes dois últimos "posts" (do pajo e meu), juntamente com um comentário mais antigo acerca dos produtos chineses, levam-me a um comentário

Antes de mais, convém saber que a Mitutoyo só existe desde 1963. O meu comparador Steinmeyer é quase certamente anterior a essa época, ou quando muito contemporâneo.

Acontece que nos 20 ou 30 anos após o fim da 2ª guerra mundial em 1945 a maioria dos produtos japoneses eram vistos com muita desconfiança. A indústria japonesa era caracterizada por produtos de baixa qualidade, frequentemente cópias ordinárias de produtos ocidentais. A partir de meados dos anos 60 isso começou a mudar, principalmente nos produtos destinados ao grande público. Mas ainda na primeira metade dos anos 80, quando eu andava metido nessas andanças, as melhores empresas industriais europeias no campo da produção de precisão, que exigiam os melhores equipamentos, só aceitavam usar instrumentos de medida alemães ou suíços. Realmente dizia-se que os japoneses da Mitutoyo estavam a fazer umas coisas jeitosas mas, francamente, se se queria o melhor tinha que ser alemão ou suiço. A Mitutoyo simplesmente ainda não estava ao nível.

Claro que as coisas mudaram, e os japoneses acabaram por conseguir fazer produtos de qualidade equivalente (ou melhores, em certos campos) e, o que é mais importante,  menos caros. Hoje em dia, toda a gente ligada a algum tipo de produção que exija medições rigorosas conhece a Mitutoyo, mas a maioria nunca ouviu falar em instrumentos de medida Mauser ou Steinmeyer

Os chineses estão hoje, industrialmente, muito mais avançados do que estavam os japoneses nos anos 60 ou 70 do século passado. E têm recursos com que os japoneses não podem nem sonhar. Por isso, esperem pela pancada.

pajo

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #36 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 01:07:10 am »
Boas noites GLFaria.
O longos dias de trabalho não permitem espreitar o forum sempre que apetece(não me estou a queixar)
Mas vamos tentar por a conversa em dia.
Por acaso conhecia o azeite como lubrificante de excelencia, embora eu não use, mas antigamente, quando tinha de recorrer ao serviço de torneiro, quase todos tinham um recipiente com um popuco de azeite e um pincel para usarem sempre que se abria roscas.
Quanto ás oliveiras sim, é verdade que vai havendo por aqui umas quantas e lagares e mais umas me..as. coisas para processar a porcaria dos residuos.
Para ilustrar o quanto deixo-lhe duas fotos que tirei em janeiro perto de Alvito por volta das 7.30h, os tecnicos dizem que é inofencivo mas em Beja tem dias que é insuportavel o cheiro de azeitum.
Para terminar as fotos foram de telm. mas achoas lindas.

 
« Última modificação: Sexta, 29 de Março, 2013, 01:09:26 am por pajo »
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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #37 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 01:48:41 am »
Quanto ao alinhamento da mesa vou verificar (parece simples)
Entretanto tentei carregar um video que fiz quando furava as vigas para a prenssa mas não estou a conseguir, para esse trabalho tive de usar a mesa do "pé".
Entretanto ainda estou a aprender (mais ou menos) como funciona o comparador (logo lhe peço uma ajuda para ler es ecalas) não tenho esperiencia com este tipo de ferramenta mas comprei porque tenho um trabalhito para fzer (montar um motor) e o preço julgo que foi bem agradavel menos de 40 aerius.
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GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #38 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 01:55:09 am »
Fotografias bem bonitas - se não olharmos para a fumarada!

Se puzer aqui uma fotografia (macro, se possível) do mostrador do comparador, ou se disser a marca e modelo, será certamente simples.

G

pajo

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #39 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 02:51:50 am »
Bem entretanto enviei um post que por algum motivo não chegou!
E exlicava que apesar de ter sido adquirido numa loja conceituada (lá do sitio)bulgaria  que tem um nivel de vida comparavel a portugal, nos anos 75/80 (segundo os relatos que me fazem)as caixas não têm qualquer marca ou ref. ao pais de origem, por isso leva-me a acrediatr que :eles realmente andam ai, os chineses, claro!
quanto as marcas so conhecia mitutoyo porque é o que aperece na net e éra o usado pelos torneiros que frequentava (Hoje com muito menos frequencia).
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Nm

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #40 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 15:52:34 pm »
Eu tenho este:



http://www.conrad.com/ce/en/product/821008/Dial-gauge-TOOLCRAFT-821008-Measurement-ranges-10-mm-Read-out-001-mm

Não tenho grande experiência para poder avaliar, assim à partida só não gostei de um detalhe que é a agulha não se conseguir meter na vertical (ou ainda não descobri como). Não influencia o funcionamento, mas parece ter sido "mal feito", pois o ajuste permite levá-la para a frente mas para alinhar na vertical tinha que ir um pouquinho para trás.

GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #41 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 16:08:30 pm »
Não é defeito, e não tem que alinhar na vertical!
Acho que tenho de preparar uma explicação de como se usa um comparador, mas neste preciso momento não posso.

G.

Nm

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #42 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 17:11:55 pm »
Pois, eu sei que não tem que alinhar na vertical, basta-me rodar a escala para alinhar com a agulha, mas não vejo porque não haveria de alinhar na vertical! A não ser que haja realmente alguma razão especial para isso que eu desconheço.

GLFaria

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #43 em: Sexta, 29 de Março, 2013, 18:11:13 pm »
Há um motivo, penso:
Para ser rigoroso, o ponto de partida de um controlo deve ser sempre com a haste em ligeira compressão, nunca totalmente "estendida"
Se a posição inicial do ponteiro for "antes da vertical", isso permite-lhe ajustar a posição do comparador de forma a que o zero fique "na vertical", e que assim a posição do ponteiro no início do controlo já seja com a haste sob ligeira compressão.

Interpretação minha, note; nunca vi isto escriro em sítio nenhum. Mas também não me lembro de alguma vez ter visto um comparador com a posição de partida o ponteiro na "vertical" - e já vi muitos, antigos e modernos. Veja o meu Steinmeyer dos anos 60:

pajo

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Re:A minha caixa de ferramenta.
« Responder #44 em: Domingo, 31 de Março, 2013, 00:06:49 am »
A mim tambem me parece que a aste tem de estar em contacto para se poder fazer boa leitura , isto pelos testes que tenho feito!

Agora se o GLFaria quiser (quando puder, claro) dar ai uma "liçãozita" de como usar um comparador, isso éra ouro sobre azul.
Afinal não imaginava que fosse tão usado.
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